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Comemorar o quê?

Este dia em que a cidade que escolhi para viver está completando 451 anos é uma data que merece comemoração. A administração municipal, como praxe, não poupou esforços – e muito dinheiro da população – para transformar a celebração em um mega evento, com direito a shows de artistas de renome nacional para exibir sua vitrine de “obrinhas”.


Não tenho dúvidas de que todos nós, guarulhenses, trocaríamos sem pestanejar esses shows contratados a peso de ouro por mais desenvolvimento viário, transporte público e saúde de qualidade, mais vagas em creches, segurança nos bairros, saneamento básico e água nas torneiras. Mas para um grupo que, em 11 anos no poder, não foi capaz de proporcionar o mínimo de melhoria na qualidade de vida da população só resta recorrer a uma vasta “agenda cultural” – nome usado para maquiar o “pão e circo”, a única coisa que o Partido dos Trabalhadores sabe oferecer ao povo.


Impossível não se entristecer com uma Prefeitura que deixa os próprios públicos, construídos com o suor do povo, relegados ao completo abandono. Como eles podem explicar a quase destruição do Thomeozão, do Fioravante Iervolino, da Ponte Grande e do João do Pulo, equipamentos esportivos que serviram para treinar campeões brasileiros? Só pode haver um motivo. Em vez de investir na manutenção do que está pronto, eles preferem faturar alto com a construção de CEUs que, julgam, trazer mais dividendos eleitorais. Afinal, eles só pensam em se perpetuar no poder.


Lamentavelmente, quase não temos o que comemorar neste 8 de dezembro. A verdadeira festa ficou para o PT e sua gente, que na última década engordaram e, muito, às custas do povo. Para nós restaram apenas a propaganda barata de inaugurações de obras inacabadas. Tenho certeza de que Guarulhos pode mais que isso.


De tão incompetentes, tentam fazer tudo da noite para o dia, numa demonstração de total falta de planejamento. Na véspera da festa, a região central simplesmente parou porque decidiram jogar uma capa asfáltica na Paulo Faccini, uma das mais movimentadas avenidas de Guarulhos, em plena luz do dia, sem se importar com as pessoas – inclusive dentro dos ônibus – obrigadas a ficar paradas em um congestionamento insano. Isso só é mais uma demonstração de que esse povo não nasceu para isso. 


Essa gente, além de tudo, ainda se apodera de projetos que desenvolvemos ainda na campanha de 2008 para transformá-los apenas em promessas. Faço votos e trabalharei para que os próximos aniversários de Guarulhos possam ser comemorados com verdadeiras realizações. Como disse antes, um gestor deve ter espírito republicano, pensar no bem comum e não investir apenas em ações ilusórias, que sirvam apenas para deixar as marcas de um partido.


 


Carlos Roberto de Campos


Empresário, suplente de deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.

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