Variedades

De volta à SPFW, Reinaldo Lourenço prova por que é o rei da moda nacional

De volta a escalação da São Paulo Fashion Week, depois de duas temporadas afastado, Reinaldo Lourenço mostrou seu lado genial na manhã desta terça, 24. Sua coleção bem arquitetada foi desfilada no topo do novo edifício Santos Augusta, que tem projeto estrelado de Isay Weinfeld. Poeticamente, ele descreve a inspiração da vez como o momento em que “a morte em Veneza encontra o luxo e fúria de olhos bem fechados”, citando as obras dos cineastas Luchino Visconti e Stanley Kubrick, e o documentário O Lixo e a Fúria, sobre ascensão e decadência de Sid Vicious, líder dos Sex Pistols.

Na passarela, mistério, sensualidade e drama se materializam em uma sequência extasiante. Começou com a moderna alfaiataria feminina, em que se destacava a camisaria e os vestidos com drapeados que evocavam plumas e máscaras venezianas. Em seguida, vieram as referências rockers em calças e shorts em couro, com recortes estratégicos nas pernas e acabamentos com zíperes aparentes nas barras. Depois disso, um bloco de looks mais despojados, com dois tipos de xadrez, flertava com uma esportividade chique. No último ato, muitas transparências, babados, leveza e cor, sugeriam uma sensualidade romântica com um toque de provocação.

A cena toda foi um evento, com as modelos entrando em ritmo acelerado, como o cidade de São Paulo, que pelas janelas do topo do edifício, e com direito a uma camada cinzenta de poluição, servia de cenário para apresentação. Fez todo o sentido. A moda do Reinaldo, de fato, é uma das que está no topo da indústria de moda e do design nacionais (não à toa, ele vem assinando móveis e tapetes, dispostos ali no espaço). Tivesse nascido em Paris, Rei, como é chamado pelos amigos, seria um dos grandes da moda mundial. Que bom que ele voltou!

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