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3ª Idade e desenvolvimento

O aumento da expectativa média de vida faz com que cresça a população de idosos em nosso País. E o Brasil, assim, vai deixando de ser um País de jovens para vivenciar uma situação inédita, ou seja, ter uma população madura, com milhões de pessoas na Terceira Idade.


Essa condição impõe mudanças amplas. Mudanças de postura, mudanças nas políticas e nos investimentos públicos. Portanto, já começa a fazer falta no Brasil uma política efetiva para a Terceira Idade, onde questões de saúde e da renda dos idosos sejam tratadas como prioridades.


Quando se fala em Terceira Idade, outra questão que aflora é a das aposentadorias, ou melhor, do valor das aposentadorias. O idoso, como se sabe, tem um custo de vida diferenciado, e acima da média, em razão dos gastos com saúde e remédios.


Isso é importante de se levar em conta, principalmente quando se discute o índice de reajuste aplicado aos benefícios dos aposentados. Quem ganha um salário mínimo foi contemplado este ano com aumento de 14,13%, frente a uma inflação de 6,08%. Porém, para quem recebe acima do mínimo, o governo está querendo conceder apenas o reajuste pelo INPC (6,08%).


Essa política está achatando os salários, pois em muitos casos, os que ganhavam acima do salário mínimo passaram a ganhar o mínimo. O movimento sindical luta contra essa política perversa que nivela por baixo a renda dos aposentados.


O movimento sindical reivindica reajuste maior: 11,7%, o que daria aumento real de cerca de 6% para aposentados, pensionistas e segurados em geral que ganham acima do mínimo. Vale lembrar que o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) apresentou Emenda propondo esse índice para o reajuste, garantindo assim 80% do que foi aplicado ao salário mínimo.


Custos – Toda vez que esse assunto é debatido o governo alega aumento de custos. Mas é só meia verdade, até porque o Fator Previdenciário achata o valor das aposentadorias acima do salário mínimo, possibilitando uma economia real, ainda que perversa, aos cofres públicos.


Ao longo dos anos, o Brasil foi acumulando algumas dívidas sociais graves. Uma delas é com a infância. Outra é com os idosos. Penso que se quisermos, de fato, ser Primeiro Mundo, teremos de pagar essas dívidas, com políticas efetivas para nossas crianças e idosos.


O pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios justos aos segurados da Previdência não quitará as dívidas sociais em nosso País. Mas será, sem dúvida, uma forma de romper a barreira do atraso, colaborando na construção de um País mais igualitário, mais justo e efetivamente desenvolvido. Porque não há desenvolvimento sem qualidade de vida para toda a população.


 


José Pereira dos Santos


Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região


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