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Defesa da população independe de crenças

No episódio que envolve a irresponsável concessão da licença de funcionamento, pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), à Igreja Mundial do Poder de Deus, a postura do vereador Geraldo Celestino (PSDB) é digna de um político que cumpre o que se espera de um verdadeiro representante de seus eleitores.


Apesar do massacre moral que ele sofreu por parte de alguns setores ao se posicionar em defesa da população de Guarulhos, sobretudo do Parque Cecap, onde ele tem sua base e maioria de seu eleitorado, Celestino não economizou esforços para tentar evitar danos maiores à coletividade.


Desde o primeiro momento, inclusive em artigo publicado neste espaço, deixo claro que não tenho nada contra a posição daquela igreja ou de qualquer outra. A questão não passa por perseguição religiosa. Muito diferente disso, trata-se de defender o Plano Diretor do Município, que o Código de Posturas – um instrumento legal, que rege os direitos e deveres de quem quer se instalar na cidade – seja respeitado. Não se pode admitir, em hipótese alguma, seja para qual finalidade for, que a coletividade seja penalizada.


Entendemos que a Igreja Mundial tem suas virtudes. Milhares de fiéis a procuram em busca de uma maior aproximação de Deus e isso não ocorre em vão. O credo desta parcela da população merece ser respeitado. E isso nós sempre fizemos, inclusive em relação a outras religiões tanto as cristãs como de outras denominações.  Tenho certeza que o vereador Celestino também pensa desta forma. Ele não está contra a Mundial ou qualquer outra igreja, apenas defende o que julga correto, ou seja, cumpre o papel de um parlamentar.


Desta forma, não podemos aceitar que se desvie o foco das atenções. O apóstolo Valdemiro Santiago tem razão ao defender o espaço escolhido para a realização de seus eventos, que reúnem milhares de fiéis. Porém, ele precisa respeitar as leis da cidade.


Infelizmente, é provável que o líder da Mundial também acabou sendo uma vítima da má administração guarulhense, que lhe concedeu um alvará sem exigir as contrapartidas necessárias. Ou, talvez, Almeida tenha preferido outro tipo de benefício particular sem pensar no interesse coletivo. Aliás, essa é uma marca do PT, governar em nome da companheirada sem levar em consideração o que realmente a população deseja.


 


Carlos Roberto de Campos


Empresário, suplente de deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.

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