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As eleições paulistanas, o PSDB e a Lei de Murphy

O PSDB vive realmente um mau momento. As crises internacionais do capitalismo financeiro fizeram ruir de vez seu projeto neoliberal e privatizante para o Brasil. Por três vezes seguidas, com Lula e Dilma, o povo rejeitou as bandeiras do PSDB, que agora vive as conseqüências internas dessa derrota de seu projeto político.


Como preconiza o ditado norte-americano, mais conhecido como a “Lei de Murphy”, cunhado pelo capitão da Força Aérea, Edward Murphy: “Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível”. Em consonância com essa “lei”, os problemas do PSDB nacional se agravaram consideravelmente com os problemas políticos dos tucanos de São Paulo – berço e fortaleza do partido – na eleição municipal.  


Quais são esses problemas? Primeiro, Serra ingressou tardiamente na disputa, forçando seus concorrentes a renunciar em seu favor ou a aceitar o adiamento das prévias. É uma clara demonstração de que o ex-governador prefere o velho método de decisões cupulistas, desprezando o processo mais democrático e moderno que o PSDB se dispunha a fazer.


Depois porque, apesar de ser o nome peessedebista de maior projeção na cidade, Serra tem rejeição altíssima, em torno de 33%, e carrega o estigma de, por duas vezes, ter usado o cargo como trampolim para um outro cargo mais alto. Só para comparação, o deputado Paulo Maluf perdeu três eleições seguidas em São Paulo porque tinha rejeição na casa dos 30%.


Em terceiro lugar, a candidatura Serra não garante a unidade do PSDB paulistano. Pairam muitas dúvidas no ar. Os candidatos preteridos internamente vão entrar de corpo e a alma na campanha? Alckmim teria esquecido e as traições de Serra e a identificação com seu ex-secretário de educação, Gabriel Chalita, que concorre pelo PMDB? Quem garante que, eleito, Serra não sai do PSDB e vai para o PSD de Kassab para concorrer à Presidência da República mais uma vez? E, por último mas não menos importante,  existe hoje em São Paulo um anseio difuso, mas forte, por revnovação política. O PMDB com Chalita e o PT com Fernando Haddad já despontam com maior vantagem nesse quesito. E o PSDB?


Creio honestamente que, com Lula engajado na campanha e nossa presidenta Dilma conduzindo com maestria seu governo, dificilmente o PT deixará escapar a prefeitura de São Paulo. É pagar para ver. Acredito realmente que a Lei de Murphy vai valer para o PSDB paulista.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna

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