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PIB baixo e o descaso com os setores produtivos

O baixo crescimento do PIB brasileiro em 2011, de apenas 2,7%, mais que um alerta, serve como um sinal de que a economia local é afetada diretamente pela crise internacional, por mais que – de forma soberba – o governo federal insista que o Brasil é maior que a crise.


É evidente que o potencial de expansão econômica brasileiro parece estar significativamente comprometido. Ou seja, o país – além de avançar menos – aparenta estar andando para trás. Leve-se em consideração que a expansão medíocre do PIB veio junto com uma inflação ainda muito alta, no limite da meta de 6,5%. O país se saiu muito mal no ano passado e as políticas do governo federal para assegurar o desenvolvimento seguem ineficazes.


A indústria nacional vive uma de suas piores crises, o que se reflete diretamente na geração de empregos. Cidades como Guarulhos, predominantemente industriais, nestes momentos, sentem primeiro essa desaceleração da economia. Por mais que a causa resida na crise internacional, é fundamental que o Brasil consiga – a partir de políticas internas de apoio aos setores produtivos – reverter esse quadro.


Neste sentido, torna-se fundamental que os sindicatos – tanto os patronais como os de trabalhadores – revejam as formas de encarar as relações de trabalho, sempre com o objetivo de preservar – não só os direitos dos trabalhadores – mas seu bem maior: o próprio emprego. Os poderes públicos, por sua vez, devem oferecer subsídios, que podem ser na forma de uma menor carga tributária, por exemplo, a fim de motivar a produção.


Somente com o incentivo ao setor produtivo, o Brasil irá conseguir superar os danos causados pela crise mundial. Fora isso, serão apenas discursos no vazio de gente que não faz outra coisa que não seja palpitar sobre temas que nada entendem.


Para ilustrar a pequenez do Brasil frente a outros países, igualmente afetados pela crise mundial, basta avaliar o avanço do PIB no ano passado. A China avançou 9,2%; a Índia,  6,9%; e a África do Sul, 3,1%. Considerando apenas o resultado do último trimestre (alta de 1,4%), o Brasil fica em 28° lugar entre as 46 economias que já divulgaram seus resultados.


Diante de tantos números, o pior é perceber que – pelo andar do carruagem – não há um horizonte muito tênue pela frente. A tempestade se avizinha. Cabe então, diante da ineficácia deste governo que está aí, que os setores produtivos assumam o comando o mais rápido possível, para que nosso país não afunde de vez.


 


Carlos Roberto de Campos


Empresário, suplente de deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.

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