No mês destinado às celebrações das lutas femininas, é comum verificarmos avaliações opostas, que vão do otimismo pelas conquistas ao pessimismo dos que acham que ainda falta muito para a igualdade social entre os gêneros.
O certo é que as questões relativas ao papel da mulher e aos direitos femininos são extremamente complexas. Elas têm a ver tanto com aspectos culturais e de costumes, com influência decisiva das religiões, mas também dos apelos consumistas, quanto com questões econômicas e sociais próprias da sociedade capitalista.
Passados 80 anos da conquista do voto feminino, temos alguns avanços: o Brasil é dirigido por uma mulher, a presidenta Dilma Rousseff, que de modo inédito colocou 11 mulheres em posições estratégicas no governo. A reserva de 30% das vagas nas eleições proporcionais para as mulheres tem obrigado os partidos a um esforço de afirmação à participação feminina. Nada mais justo, já que hoje há 52 eleitoras para 48 eleitores. Mas ainda temos que avançar para uma participação igualitária, pois ainda é muito pequena a presença das parlamentares eleitas no Senado, na Câmara Federal e nos Legislativos Estaduais e Municipais.
No aspecto econômico, pesquisas do Sead/Dieese revelam crescimento na presença das mulheres no mercado formal de trabalho, o que significa avanços importantes na qualidade de seus empregos e na diversificação de suas oportunidades. Por outro lado, o levantamento também aponta a permanência das desigualdades salariais, já que as mulheres ganham em média entre 70% e 80% menos dos que os homens.
É uma contradição com o fato de que, entre 2001 e
Outro desafio das mulheres é lidar com a indústria da beleza, que cria a necessidade artificial da juventude eterna e do corpo perfeito, levando muitas jovens e adolescentes a adotar dietas e tratamentos de caráter duvidoso, colocando a saúde em risco. É um resquício do papel subalterno das mulheres em pleno século XXI.
José Luiz Guimarães
Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna