Hoje, dia 11 de abril, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado deve votar o Projeto de Resolução 72, que visa padronizar o ICMS nos nossos portos. A regra, se aprovada, acabará com a chamada “guerra fiscal” nos portos, que tem facilitado a importação desenfreada em prejuízo da indústria nacional e do emprego dos brasileiros.
Essa Resolução tem tido o apoio irrestrito das Centrais Sindicais e dos Sindicatos de trabalhadores do setor industrial. Quero destacar, por questão de justiça, o empenho firme do deputado Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força), que vem liderando as manifestações dos trabalhadores em prol da matéria, já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça. Nosso Sindicato estará em Brasília acompanhando a votação.
Como é sabido, o movimento sindical tem reivindicado um conjunto de medidas e proposto uma série de ações cujo centro é a defesa da economia nacional, o fortalecimento da produção e, por consequência, a garantia dos empregos. O governo Dilma vem dialogando com o sindicalismo, e o conjunto de medidas recentemente anunciado pela Presidente contempla parte de nossas reivindicações.
O mundo, hoje, trava uma luta decisiva entre o capital financeiro (especulativo) e o setor produtivo. O setor da especulação, como vimos na questão do sub-prime nos Estados Unidos e mais recentemente na Grécia, é um foco permanente de crises. Já o setor produtivo, por sua dinâmica e abrangência, impulsiona a economia, faz o dinheiro girar, estimula a pesquisa, gera tecnologia, enfim, produz progresso e bem-estar social.
Portanto, quando o sindicalismo defende queda nos juros, redução das taxas (spread) bancárias, reequilíbrio do câmbio (Real menos valorizado), nacionalização dos insumos de carros e maquinários, revisão do acordo automotivo com o México, entre outros, está fazendo a defesa do que é estratégico, ou seja, da produção e do mercado interno.
Participação – Dia 2 de abril, fizemos em nossa sede uma coletiva de imprensa conjunta Sindicato e Ciesp-Guarulhos em que trabalho e capital convergiram nas propostas contra a desindustrialização. Dia 4, levamos quase dois mil trabalhadores, de 73 metalúrgicas, para o Grito de Alerta na Assembleia Legislativa do Estado, mostrando ao governo e à sociedade que é preciso agir com firmeza e proteger o interesse nacional.
A construção do futuro é uma obra que se faz no presente, observando a experiência do passado. O Brasil que queremos, portanto, será resultado do nosso empenho de luta, do acerto das nossas propostas e da tomada de posição na hora certa. Estamos fazendo a nossa parte. Esperamos que o empresariado olhe para além do interesse corporativo. E do governo esperamos medidas efetivas, que caminhem para a consolidação de uma política industrial consistente.
Professor – É com um misto de indignação e revolta que assistimos iniciativas de governadores de Estados buscando achatar o Piso do Professor, hoje em R$ 1.541,00. Quem quer um Brasil justo, desenvolvido e socialmente equilibrado, faz o contrário: valoriza o Professor. Até porque o aumento no Piso dos nossos educadores não deixa de ser também uma forma de distribuir renda.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Região