Impossível hoje se deslocar para algum lugar de Guarulhos sem enfrentar congestionamentos a qualquer hora do dia. As vias não dão mais conta de escoar o trânsito que só aumenta. E que ninguém pense que tudo irá se resolver de uma hora para outra sem grandes intervenções viárias. O número de empreendimentos imobiliários se espalha desde a região central até os bairros mais periféricos. Mas não se percebe qualquer contrapartida do poder público no sentido de promover obras de escoamento de carros, ônibus e caminhões.
Guarulhos necessita de um amplo programa viário, que inclui a abertura de novas avenidas e ampliação das já existentes, além da criação de eixos radiais, implantação de sistemas de transportes de massa eficientes, que privilegiem – acima de tudo – o conforto dos passageiros. Nisso, devem estar previstas a rapidez nos deslocamentos e qualidade nos veículos oferecidos à população.
Não se pode admitir que as populações de importantes regiões, como Bonsucesso e Pimentas, por exemplo, percam horas paradas dentro dos ônibus porque ninguém consegue atravessar a rodovia Presidente Dutra, já que os poucos e velhos acessos não dão conta de todo o tráfego. Isso é um problema antigo? Sim. Mas que até hoje ninguém conseguiu resolver. Todo o trânsito desses bairros converge para o saturado e mal planejado Trevo de Bonsucesso.
Mas para executar a verdadeira transformação do sistema viário de Guarulhos precisa ter coragem e determinação política. Não dá para ficar sentado esperando que soluções mágicas caiam do céu ou que venham de outras esferas do governo, seja o estadual ou federal. São problemas da cidade que devem ser solucionados pelos gestores municipais. Esses sim os grandes responsáveis por buscar recursos e equipamentos para proporcionar o bem estar de toda a população.
Guarulhos precisa de sistemas inteligentes de transportes urbanos, que não podem se restringir apenas a velhos ônibus, montados sobre chassis de caminhões. Há soluções, que passam pela implantação de veículos leves sobre trilhos, corredores exclusivos para o transporte coletivo e até metrô municipal, que não precisa ficar atrelado especificamente ao plano estadual.
O município de São Paulo é um bom exemplo de como a Prefeitura procura compor, inclusive com investimentos próprios, na ampliação da malha metroviária. Lá o prefeito não fica, como os administradores de Guarulhos, sentado a espera de soluções divinas apenas atirando pedras. Ficar chorando diante do leite derramando não tem sentido. Tampouco fazer cara de paisagem. Precisa colocar o dedo nas feridas e por a mão na massa.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, suplente de deputado federal e presidente do PSDB Guarulhos