A Itaipu Binacional promoverá a revitalização do sistema elétrico de alta tensão construído e operado por Furnas. O processo levará cinco anos e consumirá investimento de cerca de R$ 1 bilhão, informa a assessoria de imprensa da usina. O objetivo da ação, explica a nota, é reforçar a segurança energética do sistema elétrico brasileiro, que opera há 36 anos e está no fim de sua vida útil.
A solenidade que marcará o lançamento da modernização está marcada para o dia 25 deste mês, na subestação de Furnas em Foz do Iguaçu (PR), e contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Ainda participarão da cerimônia: o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior; o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna; e o diretor-presidente de Furnas, Pedro Eduardo Fernandes Brito, entre outras autoridades.
O primeiro repasse a Furnas, de R$ 161 milhões, para atualização do sistema de energia do País foi feito no dia 30 de dezembro do ano passado. Os próximos passos do convênio, que já foi assinado, são a elaboração dos projetos e da licitação.
"O acordo tem duração de 60 meses e contempla a modernização de equipamentos na estação conversora em Foz do Iguaçu (PR), que converte corrente alternada que vem da Itaipu em 50 Hz (500 kV) para corrente contínua (em 600 kV); duas linhas transmissão com cerca de 800 km de extensão; e uma estação inversora, em lbiúna (SP), que converte corrente contínua em corrente alternada de 60Hz", explica o comunicado.
O sistema é responsável pela transmissão ao mercado brasileiro da energia que o Paraguai não consome, da metade da produção a que o país sócio do Brasil na usina tem direito. Operando desde 1984, juntamente com o funcionamento da primeira unidade geradora de Itaipu, a capacidade de transmissão é de 6.300 Megawatts (MW). Como o sistema elétrico paraguaio opera em uma frequência diferente da do brasileiro (50 Hz contra 60 Hz), a energia adquirida pelo Brasil não pode ser integrada diretamente. Antes, detalha a nota, precisa ser convertida para corrente contínua e transmitida até Ibiúna (SP), onde é convertida novamente para corrente alternada, mas agora em 60 Hz.
Por se tratar de uma sociedade de 50% para cada sócio, o Paraguai tem direito à metade da energia produzida por Itaipu, mas com 15% já supre 90% da demanda do país por eletricidade. O restante é contratado pelo Brasil, mediante o pagamento da chamada taxa de cessão de energia.
"Isso faz do sistema de corrente contínua de alta tensão (HVDC da sigla em inglês) da subestação de Furnas um ativo crítico para que a Itaipu possa atender à demanda do Brasil e, também, estratégico para que o Paraguai possa entregar sua energia excedente", explica o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, A revitalização, acrescenta, também é importante para facilitar futuras parcerias de integração energética do Brasil com países sul-americanos. "Por isso tudo, é do interesse da Itaipu e de ambos os países que o sistema HVDC de Furnas siga cumprindo o seu papel."
A atualização, conforme o general Silva e Luna, irá assegurar ao sistema elétrico brasileiro o acesso a um serviço de transmissão de energia de qualidade e com confiabilidade, desonerando o consumidor de aumentos tarifários.
O presidente de Furnas considera o projeto essencial para a empresa continuar operando e mantendo o pioneiro sistema de transmissão HVDC de Itaipu com segurança e eficiência. A expectativa também é reduzir a necessidade de investimentos após a conclusão do empreendimento.
Já o presidente da Eletrobras, que recentemente pediu para sair da empresa, devendo ficar na companhia até o início de março, ressaltou que a medida de facilitar novas parcerias para a integração energética da América do Sul.