Como o transporte público está longe de melhorar nas principais regiões metropolitanas do Brasil, uma alternativa “de risco” que tem sido adotada pelas famílias brasileiras é o deslocamento usando motocicletas.
Anos atrás a sensação de liberdade, agilidade e aventura motivavam os mais jovens a usar as motos. Depois a necessidade de deslocamento rápido pelas grandes cidades propiciou um upgrade no office-boy, que passou a contar com o veículo motorizado de duas rodas, se qualificando como motoboy.
É difícil de acreditar que uma empresa funcione nos dias de hoje sem a figura do motoboy. Ele é um de seus mais importantes prestadores de serviços que todos utilizamos nas mais diversas situações que economizam nosso tempo e certamente poupam algum dinheiro. Mesmo com toda a tecnologia e facilidades de comunicação, este profissional é imprescindível para entregas, idas ao banco, cartórios, departamentos públicos, levar e trazer documentos, pequenos volumes, refeições “delivery”, pizzas, galões de água e até botijão de gás.
Além da grande quantidade destes profissionais nas ruas, estamos observando muitas pessoas trocarem o transporte público pelas motos! Buscando diminuir seu tempo de deslocamento para o trabalho e até reduzir o custo, estes novos motociclistas já não tem o perfil tão jovem e não contam com a mesma habilidade de quem desde cedo aprendeu a conduzir um veículo em duas rodas.
A conseqüência é o elevado número de acidentes envolvendo motociclistas! Só no primeiro trimestre deste ano, 69% das indenizações pagas pelo seguro do DPVAT foram ocasionadas por acidentes envolvendo motociclistas, o que equivale há mais de 63 mil indenizações as vítimas em todo o Brasil!
Há uma necessidade muito grande de diminuir estes números! Campanhas educativas, reciclagem sobre a segurança no trânsito e até uma boa conversa com o motoboy que presta serviço na sua empresa devem ser estimuladas e freqüentes.
Por outro lado, os motociclistas devem tomar consciência de que o irritante “bi-bi” de suas motos já não despertam a atenção dos motoristas nas ruas. Além da buzina, precisam respeitar os demais motoristas e pedestres, cumprir as leis de trânsito e sempre andar devidamente equipados e atentos, afinal a vida está sempre em primeiro lugar.
Wilson Lourenço
Vice-presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)