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Uma cidade com grande potencial para desastres naturais

Em dezembro de 2009, uma tragédia se abateu sobre os moradores da Vila Any. Naquela ocasião, as chuvas de verão castigaram a região e o bairro permaneceu por cerca de 40 dias debaixo d’água. As pessoas perderam tudo o que tinham, inclusive suas casas. Mais recente, em janeiro do ano passado, desmoronamentos atingiram barracos no Continental V e no Parque Mikail, também deixando desabrigados.


 


Nos momentos de tragédia, a Defesa Civil de Guarulhos e várias secretarias se mobilizam para atender as vítimas que, a cada ano, principalmente no período do verão, aumentam com os desastres naturais. Mas o que fica claro é a falta de políticas públicas de prevenção mais efetivas que, pelo menos, reduzam o sofrimento de quem passa por tal tormento.


 


Esta semana, o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, lançou o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais. É uma iniciativa pioneira no país e relaciona 286 municípios brasileiros com grande potencial para desastres naturais.


 


Como era de se esperar, Guarulhos integra a relação. De acordo com a publicação, entre 1991 a 2010, cerca de seis desastres causados por inundações ou por vendavais foram registrados no segundo maior município do Estado de São Paulo. Se os organizadores tivessem contabilizados o número de árvores (muitas delas doentes) que caem a cada ano na cidade, derrubadas pelos vendavais, a publicação, com certeza, teria ultrapassado as 70 páginas.


 


A iniciativa do governo federal é louvável, pois ela incentiva os governos municipais a traçarem melhor suas políticas de defesa civil. E mais: Guarulhos, como os outros 285 municípios que fazem parte do ranking do Ministério da Integração Nacional, não terá a necessidade de apresentar CNPJ próprio para a adesão ao Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC), que garante recursos nos casos de desastre natural.


 


O ideal era que Guarulhos não fizesse parte do ranking das cidades mais suscetíveis aos desastres naturais. Mas, já que o faz, chegou o momento de reforçarmos nossas políticas públicas e melhor aparelhar a Defesa Civil, e, o mais rápido possível, aderir ao CPDC. É aquela história: “é melhor prevenir, que remediar”.

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