O Brasil deve acumular 13 anos de rombos sucessivos nas contas públicas, segundo cenário traçado pelo Ministério da Economia. Com despesas maiores que receitas desde 2014, o País manteria essa tendência até 2026. As finanças só voltariam ao azul em 2027.
Os dados constam no Relatório de Projeções da Dívida Pública, divulgado pelo Tesouro Nacional.
Nesse mesmo documento, o órgão apontou que a dívida bruta brasileira deve terminar o ano em patamar próximo ao da Argentina e passar dos 100% do PIB em 2025.
O crescimento da dívida nos próximos anos é justamente fruto da continuidade dos rombos nas contas. Neste ano, o déficit primário deve ser recorde, de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB), devido às despesas extraordinárias feitas para combater a covid-19.
Em 2021, o resultado ainda será negativo, mas bem menor: de 3,1% do PIB. A partir daí, a expectativa do governo é que o déficit diminua ano a ano, chegando a 0,2% do PIB em 2026 – mesmo ano pico da dívida, em 100,8% do PIB.
A virada para superávits será em 2027, quando há a previsão de um resultado positivo em 0,3% do PIB. É a partir deste ano também que é esperada uma redução paulatina do endividamento público.
Em 2029, último ano do horizonte projetado pelo Tesouro, o superávit deve ser de 1,3% do PIB.
O governo tem defendido a aprovação de reformas estruturas e de contenção de gastos justamente para tentar acelerar essa trajetória de retomada dos superávits.
Os dados são uma extrapolação de projeções a partir dos parâmetros já enviados na proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2021.