A modelo kuwaitiana Sondos Alqattan, conhecida no Oriente Médio por sua conta no Instagram, com mais de 2,3 milhões de seguidores, foi atacada nas redes sociais após divulgar um vídeo em que critica a implantação de novos direitos trabalhistas aos imigrantes filipinos no país.
Em postagem gravada em um carro, Sondos reclamou que agora os “criados” terão um dia de folga por semana e poderão manter consigo seus passaportes. A publicação viralizou e atraiu usuários do Oriente Médio e das Filipinas.
“Como ter um criado em casa que fica com seu próprio passaporte? O pior é que eles têm um dia de descanso toda semana”, declarou.
A reforma no país foi implantada em maio, depois de meses de negociação com as Filipinas, que havia impedido a migração para o Kuwait, após um cidadão filipino aparecer mutilado dentro de um freezer.
Em abril, o governo do Kuwait havia rompido laços diplomáticos com o país, após o governo filipino ter realizado uma operação secreta e unilateral de extradição de trabalhadores que teriam sofrido abuso por parte de seus empregadores.
Com isso, cerca de 260 mil filipinos ficaram sem representação de seu país no Kuwait, já que o país expulsou o embaixador e prendeu membros da equipe diplomática pelo que considerou uma ação extrajudicial e violação de soberania.
“Se eles fugirem e correrem para seu país, quem irá me ressarcir? Honestamente, eu discordo dessa lei. Não quero mais um empregado filipino”, completou Sondos.
Para a Migrante Internacional, instituição jurídica que protege trabalhadores filipinos no exterior, o discurso soou como o de um “dono de escravos”, segundo o jornal britânico The Guardian.
A organização acrescentou que a influenciadora digital tem uma visão atrasada, que remete a “tempos sombrios”.
Depois de uma enxurrada de críticas, a modelo teve um grande prejuízo comercial. Enquanto a empresa de maquiagens Max Factor Arabia encerrou sua parceria com Sondos, a MAC vem sendo cobrada pelo público.
A influenciadora fez uma nova publicação em seu Instagram, dessa vez se explicando sobre o vídeo anterior. Ela reiterou que trata seus empregados de maneira justa e jamais impôs longas jornadas de trabalho. Além disso, argumentou que “só porque você não concorda com algo, não significa que esteja certo”. Contudo, não se desculpou.