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Babel Book Award foi, desde o início, uma performance artística

O Babel Book Award, “prêmio” anunciado em fevereiro e que causou comoção no mercado editorial e literário no Brasil, era, na verdade, uma performance – como afirmou agora pela primeira vez seu autor, o escritor Antonio Salvador (pseudônimo), do elogiado A Condessa de Picaçurova (2014). Ele diz ter aplicado o conceito de literatura performática.

Salvador passou 30 horas dentro de uma gaiola gigante na Praça da Matriz em Paraty, entre quinta e sexta-feira, no que chamou de parte final da performance, cujo “motor” foi o Babel Book Award. Anunciado em fevereiro, o prêmio causou celeuma ao prometer 200 mil euros, valor muito acima do normal nessas premiações, e também por conta de dúvidas em relação a quem estaria por trás do novo prêmio, bem como quanto aos patrocinadores da iniciativa.

O troféu pedia manuscritos originais dos autores, que só precisavam enviar um arquivo PDF para se inscrever. “Os textos jamais foram lidos”, diz Salvador, em Paraty, já livre da performance. “Nesse quesito, o prêmio Babel não se diferencia de nenhum outro”, provocou.

“A obra propõe um diálogo do que são os prêmios literários, de como a lógica do mercado decide o que é publicado, quem é o autor do momento, etc.”

O autor também captou imagens em Paraty para a produção de um filme da obra, e o manuscrito que ele produziu durante a Flip também deve ser utilizado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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