Na mais impactante apresentação de toda a temporada do verão 2019 até aqui, a Balenciaga fez de seu desfile uma experiência imersiva e tecnológica, com uma passarela-instalação tubular em cujas paredes eram projetadas imagens de ondas, lava, redemoinhos de linhas neon, planetas em formação e derretimento, um projeto feito sob encomenda pelo artista Jon Rafman.
A crítica – parte dela anestesiada e entediada por uma maratona de centenas de desfiles que já entra em sua quarta semana – amou. “Foi a mais esmagadora confluência de moda e tecnologia que já experimentei”, escreveu Tim Blanks, o crítico do Business of Fashion. “As pessoas ficaram petrificadas em seus assentos por alguns bons segundos depois que o desfile terminou tentando processar o que haviam acabado de ver”, relata a crítica chefe do VogueRunway.com. “Foi o tipo de experiência maluca pela qual você precisaria de tíquetes de museu com meses de antecedência”, completa a resenhista do WWD Bridget Foley.
Para além de uma experiência empolgante, a passarela da Balenciaga mostrou criações de um designer em ótima forma. Neste verão 2019, o georgiano Demna Gvasalia moderniza os códigos da casa celebrizada pelo trabalho de volumetria e construção das roupas com uma visão de “elegância e glamour no contexto de agora”.
Na coleção isso se traduz em casacos com cintura marcada e ombros quadrados pontudos (uma silhueta fundamento do desfile), feitos com uma técnica de impressão 3D, vestidos justos drapeados, conjuntos coordenados de calças com jaquetas desenhadas como camisas, e muitas peças com golas estruturadas e geométricas.
Sarongues, jeans ajustados, jaquetas de couro grandonas, costumes modernos com uma pequena Torre Eiffel replicada em múltiplas vezes, camisas amplas com estampas de dados, baralhos e emojis, ou com uma série de palavras (will, love, you, always, yesterday…) sobrepostas completam o combo do verão da grife.