Amanhã Chegou. E veio cobrando a conta. O filme de Renata Simões mostra, em detalhes, o grande beco sem saída em que nos metemos. Sempre se fala que a economia precisa crescer. Se não cresce, é o caos, como acontece no Brasil atual. Acontece que o planeta já não suporta mais o “crescimento” indiscriminado. A humanidade, sob o primado de um capitalismo desvairado e (em aparência) sem alternativas, tornou-se autofágica. A catástrofe aí está, chegando sob a forma de aquecimento global, mares invadindo cidades, anarquia climática, etc. Não existe alternativa a não ser pisar no freio. Mas vá dizer isso a Trump ou à China. Portanto, a palavra de ordem do nosso tempo é “sustentabilidade”.
Não podemos nos comportar como novos-ricos diante de um planeta exaurido e comprometer as novas gerações. Ouvindo um grande número de pessoas, o filme é realista em sua dura advertência. Apresenta alternativas de vida. Sente-se falta do “outro lado”, a versão dos que acham que podemos continuar a gastança que a conta nunca chegará. Mas estes não costumam falar. Agem e contabilizam lucros.
Amanhã Chegou
(Brasil/2018, 74 min.)Dir. Renata Simões. Com Agatha Fernandes, Alexandre Di Ciero
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.