Variedades

O momento Otaviano

Ele é um daqueles artistas que têm no currículo uma infinidade de trabalhos. Incansável e sempre com um sorriso espontâneo no rosto, Otaviano Costa agora completa sua vasta carreira, atingindo o ambicionado ponto máximo com a oportunidade de brilhar novamente como apresentador. Agora, porém, em um programa só seu: será a partir de 5 de janeiro, quando estreia na Globo o Tá Brincando, com direção geral de Adriano Ricco e roteiro final de Raquel Affonso. Será exibido nas tardes de sábado prometendo diversão e emoção para os participantes e o público.

Feliz com essa nova empreitada, Otaviano afirma, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que “a ideia era ter um programa de auditório para conversar com meu público de forma ampla e irrestrita, popular”. E era esse tipo de atração que o ator, jornalista, locutor, radialista, dublador e apresentador esperava conseguir desde que percebeu sua veia artística. Isso aconteceu ainda na adolescência, quando saiu de Cuiabá, aos 14 anos, decidido a ser jogador de vôlei. O desvio na trajetória veio logo, quando conseguiu entrar para o time de uma rádio, iniciando um trabalho intenso, mas recheado de bons frutos.

Nessa nova fase, Otaviano vibra ao falar do programa e conta como tudo começou. “Contamos com uma grande pesquisa, que nos mostrou qual caminho tomar até chegarmos ao intergeracional”, conta, referindo-se ao formato do Tá Brincando, que terá uma disputa entre gerações: jovens, entre 20 e 35 anos, serão desafiados por um grupo de formado por pessoas inspiradoras, na faixa dos 60 anos. “Descobrimos um formato inglês, no qual um seleto grupo de senhoras e senhores acima de 60 anos de idade, com grandes habilidades físicas e mentais (alguns até já foram campeões em alguma modalidade), forma nosso time master, que será desafiado pelos mais jovens”, explica. E, ao final de cada disputa, “os jovens desafiantes podem até ganhar uma grana”. As competições podem ter provas físicas ou testes de conhecimento sobre assuntos variados, como TV e música.

Gerações

“Essa rapaziada vai disputar com nomes como de Ubiraci da Costa, o Biriba, de 73 anos, que foi um craque no tênis de mesa, ou com o ex-jogador de futebol Edinho, 63 anos, que ficou conhecido como Máquina Tricolor nos anos 1970, ou ainda enfrentar o cantor Sidney Magal, 68 anos, em prova de conhecimento musical”, conta Otaviano. Mas não será apenas de nomes conhecidos que o programa será formado, como explica o apresentador. “Teremos também personagens comuns, como uma senhora que é craque em cross fit, ou com um senhor alemão, de 65 anos, que mais parece um moleque”, conta, reforçando que a ideia principal da atração é proporcionar uma forma diferente de ver e levar a vida.

Otaviano esclarece que não há muito o que reinventar em conceito para um programa de auditório, “mas o diferencial está no acabamento dado ao formato, o que fará tremenda diferença”, diz. “Estamos fazendo um programa raiz, pensado para divertir e emocionar o telespectador.” Ele frisa ainda que “essa forma de unir gerações, resultando em um produto intergeracional, é inovadora”.

O programa, na verdade, tem mais atrações. “Como o quadro em que vou para a rua conhecer pessoas que aparentemente têm uma vida pacata, homens e mulheres com mais ou menos 60 anos, mas que, por trás dessas figuras aparentemente tranquilas, existe algo muito radical que elas praticam”, conta Otaviano, que espera surpreender (e também ser surpreendido) ao ser desafiado por esses personagens e seus hobbies inusitados. “Certamente ficarei surpreso, pois não saberei com antecedência do que se trata, mas vou encarar essa adrenalina.”

Em outro ponto do programa, o público vai acompanhar o retrospecto de algum desses personagens, exibindo o que viveram ou não, explica o apresentador, revelando ainda que terá atrações internacionais no palco, participando dessa troca geracional. “Será uma arena, um grande circo de talentos.”

Até chegar a esse tão sonhado momento, Otaviano Costa já demonstrou seu ecletismo, podendo fazer de tudo – e bem. Depois de passar por outras emissoras, ele participou de dois momentos importantes dentro da Globo. “Em 1997, entrei para o programa do Fausto (Silva), mas já deixava claro que eu queria ser apresentador. O que tinha no momento, porém, era comandar as pegadinhas e depois ser repórter.” E foi o mesmo Fausto Silva que conseguiu para Otaviano sua primeira oportunidade no comando de um programa. “Em 1999, o Luciano Huck estava trocando a Band pela Globo e seu lugar ficaria vago”, relembra. “Sabendo que eu queria muito ser apresentador, Fausto indicou meu nome para o comando da Band, e lá fui eu.”

De volta para a Globo, em 2011, Otaviano lembra, com orgulho, de ter iniciado os trabalhos fazendo novelas, mas sempre deixando evidente o objetivo de retomar seu lado comunicador. Em 2013, chegou ao Vídeo Show, no qual ficou cinco anos, período marcado por mudanças positivas no programa. E, em 2013, entra para o seleto grupo da nova versão da Escolinha do Professor Raimundo, interpretando Ptolomeu, personagem que volta a fazer na nova fase da atração, cuja estreia acontece no dia 25.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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