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Spock volta depois de 27 anos, com Ethan Peck

Depois de 27 anos, Spock, personagem imortalizado por Leonard Nimoy, está de volta à televisão na segunda temporada de Star Trek: Discovery, que tem episódios novos todas as sextas na Netflix. “É assustador”, disse o ator Ethan Peck, que é neto de Gregory Peck (O Sol É Para Todos, A Princesa e o Plebeu), em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, em Los Angeles. “Claro que quero que gostem, mas sei que não é realista achar que todos vão gostar.”

O showrunner Alex Kurtzman afirmou que Peck, escolhido entre 400 candidatos, ficou petrificado quando soube que ia fazer o icônico personagem, mas que isso foi bom. “Se ele tivesse me dito que ia achar fácil, eu provavelmente teria de ter uma conversa com ele. Mas ele sabia exatamente no que estava se metendo. Acho que ter crescido com um avô conhecido no mundo todo o ajudou a ter a dimensão do que é viver sob a sombra de algo grandioso.” Spock, claro, já tinha ganhado uma nova versão no cinema, vivida por Zachary Quinto

Peck acredita que a voz, que herdou do avô, e um pouco da aparência o ajudaram a ser escalado para o papel, um Spock mais jovem, barbudo e, claro, rodeado de segredos dos anos que passou longe das telas – o personagem apareceu originalmente no piloto da série original de Star Trek e depois a história foi retomada 13 anos mais tarde. Discovery cobre parte desse período.

“Quando conhecemos o Spock de Nimoy, ele é um oficial estabelecido. Aqui, ele é um personagem numa encruzilhada, cheio de raiva, que não entende o que está se passando. Tudo o que lhe ensinaram virou pó, e ele não sabe o que fazer”, disse Kurtzman. Por causa disso, ele alterna mais entre o lado humano e o lado Vulcano. “Há uma oscilação maior entre a emoção e a lógica, uma amplitude maior de emoção”, contou Peck. Kurtzman disse: “Os separatistas Vulcanos têm pouca tolerância para relacionamentos inter-raciais como o que gerou Spock. Então ele sofreu muito racismo. Vamos testemunhar como ele se perdeu e como se achou.”

A nova temporada também deve esclarecer melhor como Spock nunca mencionou sua irmã adotiva, Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), a personagem principal da série. “Spock é um pilar na vida de Michael”, disse a atriz. “Eles despertam de tudo um no outro. Nada será o mesmo com a aparição de Spock.” Mas ela nega veementemente os rumores de uma relação incestuosa entre os dois. “Amo Game of Thrones, mas não somos Game of Thrones”, afirmou, rindo. Agora que o universo não está mais em guerra, disse Martin-Green, dá para abordar outras coisas na série. “Podemos explorar nós mesmos e também a linha divisória entre fé e ciência.”

Spock não é o único personagem das antigas a dar as caras em “Discovery” nesta segunda temporada. O Capitão Pike, comandante da Enterprise no piloto rejeitado da série original, apareceu logo no primeiro episódio, interpretado por Anton Mount, como novo comandante da Discovery depois do desastre que foi Gabriel Lorca (Jason Isaacs) na primeira temporada. “Fiz muita pesquisa”, disse o ator. “Mas o empolgante de interpretá-lo é que não existe muita informação sobre ele, apesar de ser um personagem reverenciado no cânone de “Star Trek”. Foi um pouco estranho, no entanto, fazer alguém que sabemos como termina.” Junto com ele vem a Número Um (Rebecca Romijn), Primeiro Oficial. “Como no caso de Pike, não sabemos quase nada sobre ela”, disse Kurtzman. “Só que ela é muito competente e pode ter sentimentos por Pike.
Podemos explorar quem é essa mulher de verdade. Rebecca é fantástica porque ela projeta força.” Se os apaixonados fãs de “Star Trek” vão aprovar as novas versões dos personagens é algo que todos estão curiosos para saber – por mais que digam ter consciência de não poderem agradar a todos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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