A grande dama do teatro brasileiro teve uma despedida à altura de sua longa e premiada carreira: no Teatro Municipal e ao som de sua orquestra. O velório de Bibi Ferreira, que morreu na última quarta-feira, aos 96 anos, começou às 10h e se estendeu até as 15h da tarde, no hall do principal teatro do Rio. Amigos, parentes e o público em geral tiveram a chance de se despedir pessoalmente da atriz.
A escolha do teatro não foi aleatória. Nos palcos do Municipal, Bibi esteve em várias montagens, como Ceia dos Cardeais, Senhora dos Afogados e Lampião e Maria Bonita. Foi também no palco do teatro que ela recebeu, por duas vezes, o Prêmio Moliere de teatro. Mas não só. Bibi Ferreira foi diretora de dramaturgia do Teatro Municipal e estudou balé ali quando era criança.
“Ela está no lugar certo; em nosso teatro mais importante”, resumiu a filha da atriz, Tina Ferreira.
Grandes nomes do teatro e da cultura nacional passaram pelo Municipal para se despedir da atriz, como Natália Thimberg, Arlete Salles, Nicete Bruno e Ricardo Cravo Albin. Veja a repercussão.
“Hoje a saudade é grande, mas é maior a homenagem que viemos prestar para ela que sempre foi exemplo de força, de dignidade”, afirmou Nicete Bruno. “É uma criatura que ficará gravada na memória do nosso país, uma representante da cultura, da arte, uma mulher extraordinária. Obrigada por tudo o que você fez, Bibi.”
Arlete Salles também mandou uma mensagem para a amiga, a quem chamou de uma das maiores atrizes do mundo: “Você cumpriu belamente sua missão aqui na Terra. Seja feliz, brilhe por aí também”.
O historiador da música Ricardo Cravo Albin lembrou da grande importância de Bibi Ferreira para a história da MPB.
“Não é apenas o teatro, a cultura em geral, a televisão e o rádio que estão de luto, mas, sobretudo, a MPB”, disse. “É um verbete de honra no dicionário da música, uma personalidade absolutamente fundamental na música popular, uma estrela internacional.”