Contar a vida de Hebe Camargo é praticamente falar da trajetória da televisão brasileira, pois ela esteve presente desde os primórdios desse meio de comunicação. Nascida no dia 8 de março de 1929, a apresentadora, que conquistou o grande público com sua forma de fazer tevê, ganha agora uma exposição inédita, no Farol Santander, em São Paulo. Em Hebe Eterna, o público poderá acompanhar o que seria um dia na vida da artista. A abertura será no dia 19, ficando em cartaz até 2 de junho.
Ocupando dois andares do prédio do Farol Santander, o 19º e 20º, a exposição é dividida em 11 ambientes, onde o público e fãs poderão ver de perto como era um dia normal na vida de Hebe Camargo. Com curadoria de Marcello Dantas e Camila Mouri e cenografia de Patrícia Anastassiadis, a mostra é recheada de momentos do dia a dia da apresentadora, com seus vestidos, joias, inúmeras fotos e alguns vídeos raros, o lado religioso, e muitas curiosidades.
O que deve impressionar bastante é o fato de se tratar de uma exposição extremamente interativa, possibilitando o contato com Hebe por meio do uso de várias tecnologias. E mais: o trajeto entre as fases é feito de forma cronológica, o que faz o visitante saber como ela começava seu dia, desde o café da manhã e a leitura o jornal, passando por outros estágios, como a hora do cabeleireiro, até chegar à fase noturna, com a hora de participar do seu programa.
Hebe teve uma carreira longínqua, começando ainda menina no rádio, como acontecia com boa parte dos artistas, lá nos anos 1940. E esse início foi como cantora, na Rádio Tupi, seguindo depois para a fase em que montou um grupo musical e depois fez parceria com a irmã Stella, formando a dupla caipira Rosalinda e Florisbela. Hebe era versátil, transitou por alguns segmentos: além de cantora, foi atriz e depois se firmou como apresentadora.
Consta na história da televisão no Brasil que Hebe integrou o grupo que foi buscar, no porto de Santos, os equipamentos que dariam a largada para a TV no País e no surgimento da primeira emissora, a Tupi. Já enfronhada no círculo televisivo, ela participou dos primeiros programas, foi uma das pioneiras, nos anos 1950. Teve ao seu lado nomes como Ivon Curi e Walter Foster e, já nessa época, começou a usar os cabelos platinados, que antes eram escuros. Passou por quase todas as emissoras de tevê – na Record, nos anos 1960, esteve à frente de um programa aos domingos, sendo acompanhada pelo músico Caçulinha. Nele, entrevistou inúmeros artistas, como os músicos que estavam à frente da Jovem Guarda.
História de Hebe é o que não falta – ao contrário, são tantas que o curador Marcello Dantas afirma que “uma só exposição, um filme, um livro, não são capazes de dar conta de relatar toda essa trajetória”. E é uma parte dessa história que a mostra do Farol pretende mostrar para o público paulistano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.