O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.
De norte a sul do Brasil, muitas pessoas têm se interessado pelos trens elétricos em miniatura, seja por pura diversão, hobby ou mesmo para preservar a memória ferroviária do país. Em Guarulhos, por exemplo, Guilherme Ramires Alves, 21 anos, que trabalha na área de equipamentos médicos, iniciou-se neste hobby em 2018, também como uma forma de homenagear seu avô.
“Herdei a paixão dele e, após seu falecimento, encontrei sua coleção com alguns trilhos, vagões e locomotivas. A partir daí comecei a me interessar pelo ferreomodelismo. Hoje tenho até uma maquete onde coloco os trens para rodar. Todo final de semana limpo os trilhos, dou um retoque na parte elétrica e planejo as novas partes da maquete. Também faço pesquisas diárias sobre o mundo do ferreomodelismo e suas peças”, afirma Alves.
Já o instrutor de curso profissionalizante Márcio Bruno, 47 anos, começou neste hobby ainda criança, quando ganhou um trem de brinquedo. “Com 7 anos ganhei este presente e daí surgiu o gosto pelo ferreomodelismo, mas somente a partir de 2016 passei a investir mesmo neste hobby. Atualmente, tenho 4 locomotivas e 16 vagões que rodam em uma maquete que eu mesmo montei”, diz Bruno.
Mercado atraente
O estado de São Paulo, aliás, é um dos mercados mais atraentes para a Frateschi Trens Elétricos, empresa com sede em Ribeirão Preto e única fabricante de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais na América Latina.
De toda a produção da empresa, 25% dos produtos têm como destino o estado paulista. “As pessoas pensam que o transporte ferroviário morreu, mas ele está vivo e em expansão. A ferrovia é de valor estratégico imprescindível para um país como o Brasil, e este crescimento ajuda a fomentar ainda a mais a paixão que muitos brasileiros têm pelos trens, e muitos passam o hobby do ferreomodelismo para as futuras gerações”, diz Lucas Frateschi, diretor da empresa. No Brasil, inclusive, existem diversas associações que reúnem os amantes deste hobby saudável e interessante.