O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 6,5 pontos em março ante fevereiro, para 89,5 pontos, a menor taxa desde setembro de 2017 (88,5 pontos), informou nesta terça-feira, 31, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,2 pontos e inverteu a tendência ascendente iniciada em agosto do ano passado.
"A pandemia de coronavírus impactou significativamente a confiança empresarial em março, levando o ICE à maior queda desde a recessão de 2008-09. Houve piora expressiva das expectativas em todos os setores, especialmente no Comércio e em Serviços, enquanto a percepção sobre a situação corrente piorou relativamente pouco. Ainda assim, segmentos que vinha evoluindo favoravelmente no ano, como a Indústria e a Construção, acusaram o baque e sinalizam redução do nível de atividade no mês. Enquanto persistirem os impactos da pandemia no país nos próximos meses, o cenário de confiança em queda deve se manter", afirmou em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice da Situação Atual (ISA-E) recuou 0,8 ponto em março, para 91,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) desabou 14,9 pontos, para 87,7 pontos, saindo da zona de neutralidade para a zona de péssimo.
"Além disso, neste mês, o IE-E fechou abaixo do ISA-E, algo que não acontecia desde setembro de 2015", informou a FGV Ibre.
A confiança de todos os setores componentes do ICE recuou em março. As maiores quedas ocorreram nos setores de Serviço e Comércio, com quedas de 11,6 e 11,7, respectivamente. A confiança na Indústria caiu 3,9 pontos e na Construção, 2,0. Todos o setores foram influenciados pela queda da expectativa, explicou a FGV.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.981 empresas dos quatro setores entre os dias 2 e 25 de março.