Tudo parecia mais um dos vários seminários técnicos que são realizados rotineiramente a cada ano e acompanhados por essa coluna. Porém, o seminário Emissões Veiculares e Meio Ambiente realizado semana passada, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, teve uma característica distinta: foi compulsório. Fazia parte de um acordo com o Ministério Público Federal (MPF)
O problema na realidade começou na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Deixaram passar o tempo em tolas discussões internas. Petrobrás e Anfavea cruzaram os braços. Só não contavam com a reação do MPF e sua exigência de ajustamento de conduta. A petrolífera passará a produzir um dos melhores diesels do mundo com apenas 10 ppm de enxofre – em duas etapas, 2012 e 2014 – e os fabricantes deverão atender a uma norma mais rigorosa, igual à atual europeia. O seminário fez parte do acordo que foi lido por três vezes em meio às apresentações.
Entre palestras e debates salvaram-se todos. Informações densas e uma previsão da demanda de combustíveis no Brasil até 2030, apresentada em dois cenários, pelo economista da Petrobrás Eduardo Correia. Para o consumidor interessa saber que o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) já traz avanços em apenas três anos. Os resultados do ano-modelo 2011 foram divulgados no dia anterior. Roberto Real, do Inmetro (responsável pelo PBE), destacou que houve uma melhora de consumo de combustível de até 3,6% na média dos modelos compactos (
Na escala de notas, de A (melhor) a E (pior), usa-se o critério de consumo energético, mais justo com gasolina e etanol. O Inmetro corrigiu em até 20% os dados de consumo obtidos em laboratórios, necessários para a consistência dos testes. “Antes dessa mudança recebemos na nossa ouvidoria 100 reclamações de motoristas e depois, nenhuma”, afirmou Real.
O programa é voluntário, mas já está decidido – não anunciado – a obrigatoriedade para todos os fabricantes dentro de um ano. A GM e agora a Honda desistiram de participar, enquanto a Ford entrou no grupo ao lado de Fiat, Kia, Renault, Toyota e VW. Haverá uma espécie de fusão entre o PBE e a Nota Verde, do Ministério do Meio Ambiente, o que pode facilitar a escolha do consumidor segundo seus critérios e pautar as futuras alíquotas do IPI.
Eis os modelos com nota máxima, sem ar-condicionado e motor flex de
RODA VIVA
VENDAS no mercado interno continuam crescendo nas médias diárias. Em outubro atingiram 15.159 unidades por dia, 3,7% maiores que em setembro e 8% a mais no acumulado janeiro-outubro em relação ao mesmo período de 2009. Como outubro teve um dia útil a menos que setembro, os licenciamentos totais do mês atingiram 303.000 e 307.000 unidades, respectivamente.
VOLUME de exportações voltou a reagir: mais 11,6% sobre setembro e 75% no acumulado de 2010 contra 2009, 649.000 veículos. Em valores – US$ 10,5 bilhões nos 10 primeiros meses deste ano – não seguiram o mesmo ritmo: o País vem exportando mais veículos desmontados (de menor valor agregado) do que montados. E também vem importando mais.
TOYOTA começará a ver o Brasil com outros olhos, nos próximos anos. Por enquanto, vem o compacto acessível inspirado no Etios, em
PALIO com motor E.TorQ 1.6/16 V/117 cv (etanol) e o câmbio manual robotizado Dualogic formam um bom par no uso do tráfego pesado do dia a dia. As trocas de marchas no modo automático são aceitáveis, pois há apenas uma embreagem. Na fase de motor frio, no entanto, exige dosar com alguma atenção a pressão sobre o acelerador para arrancar suavemente.
CÂMBIOS automáticos e automatizados (os de duas embreagens, muito melhor) começam a crescer na preferência do consumidor europeu. A tendência é lenta, porém firme. No primeiro semestre de 2010 em comparação aos primeiros seis meses de
Fernando Calmon é engenheiro e jornalista especializado desde 1967
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