Milhares de pessoas se reuniram na manhã de ontem no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo para participar do "Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego". O ato foi uma manifestação de trabalhadores, empresários e estudantes contra o processo de desindustrialização do país. Em Guarulhos, foram 47 ônibus que transportaram cerca de dois mil trabalhadores de 73 empresas da base metalúrgica.
"O ato fortaleceu a nossa luta. As medidas recém-lançadas pelo governo são positivas, mas é preciso de uma política de incentivo de curto, médio e longo prazo. É o que queremos", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, José Pereira dos Santos.
Segundo o sindicato, o ato, que foi convocado pelas Centrais Sindicais, reuniu aproximadamente 100 mil pessoas, entre trabalhadores, sindicalistas e representantes dos sindicatos patronais.
O protesto cobrou do governo uma política industrial efetiva para o país. Entre as reivindicações estão a redução drástica dos juros e mudanças no câmbio, a fim de estimular a atividade econômica, proteger o parque produtivo nacional e conter a enxurrada de importações.
Além disso, os metalúrgicos da Cummins, em Cumbica, cruzaram os braços por três horas durante o período da manhã. O movimento, conduzido pelo secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, Heleno B. da Silva, foi uma resposta dos mais de 600 trabalhadores à decisão da empresa em não liberar os funcionários para o ato em São Paulo.
"Queremos empregos e salários justos, e para isso é preciso ter produção. Ao contrário dos representantes da empresa, os trabalhadores da Cummins deram uma lição de civilidade e compromisso com o Brasil", afirmou Heleno.



