A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter os juros básicos – a taxa Selic – em 11% ao ano foi acertada, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, essa decisão evita o aprofundamento dos obstáculos enfrentados pela economia brasileira. Ainda assim, a confederação alerta que sem uma ação coordenada das políticas monetária e fiscal e sem foco nos investimentos públicos, o Brasil corre o risco de fechar o ano com baixo ritmo de crescimento e inflação acima da meta.
Para a CNI, uma eventual alta dos juros agravaria as dificuldades da atividade produtiva. A confederação adverte que a recente aceleração na inflação, que levou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6,52% no acumulado em 12 meses, é preocupante. Cita que, além disso, os indicadores de produção mostram um cenário de atividade econômica desaquecida.
“A produção industrial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caiu pelo terceiro mês consecutivo em maio. A média das expectativas de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que constam do Boletim Focus recuou para 1,05% em 2014”, destaca a CNI, em nota sobre a decisão do Copom.
Para a confederação, as iniciativas para o controle da inflação devem recair sobre outros instrumentos que não a política monetária. “É crucial que a decisão de manter juros estáveis seja acompanhada de medidas fiscais menos expansionistas e de maior foco na manutenção dos investimentos públicos. Sem uma ação coordenada, corre-se o risco de um cenário ainda mais preocupante: crescimento próximo a zero e inflação acima da meta”, analisa a entidade.