A Randon colocou em votação entre os funcionários, na segunda-feira, 28, em Caxias do Sul, no interior gaúcho, uma proposta de flexibilização de jornada com o objetivo de adequar os volumes de produção à demanda atual do mercado e, desta forma, evitar demissões. A medida precisa de 60% de aprovação para entrar em vigor. As urnas foram fechadas após o encerramento do terceiro turno, na madrugada desta terça-feira, 29, e o resultado deve sair ao longo do dia.
De acordo com a Randon, a proposta vale para seis das nove empresas do grupo, o que corresponde a 7 mil dos 12 mil funcionários. Entre as companhias atingidas estão a Randon Implementos, que produz reboques, semirreboques e vagões rodoviários; a Master, que fabrica conjuntos de freios a ar para caminhões, ônibus e implementos rodoviários; e a Suspensys, que atua na produção de sistemas de suspensões e componentes, informa a assessoria de imprensa.
Como estão com melhor demanda, ficaram de fora os trabalhadores da Randon Veículos, que faz caminhões fora-de-estrada, equipamentos florestais e retroescavadeiras; da Fras-le, que produz pastilhas de freio; e do Banco Randon.
A proposta prevê que os funcionários não trabalhem até quatro dias por mês em agosto, setembro e outubro, de acordo com a necessidade de cada empresa. Metade do período não trabalhado será descontada dos empregados e a outra, abonada pela Randon.
Entre 23 de junho e 14 de julho, o grupo já havia concedido férias coletivas para diversas linhas de produção, a fim de adequar as atividades ao ritmo do setor automotivo. A Randon tem unidade de negócios na Argentina e sofre com queda de demanda tanto no Brasil como no país vizinho.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a maio o Rio Grande do Sul teve retração de 4% no emprego industrial, a maior taxa entre as 14 regiões pesquisadas. A cidade de Caxias do Sul, polo industrial que concentra outras grandes empresas como a Marcopolo, é uma das mais afetadas.