O superintendente-adjunto de ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloísio Campelo, disse, nesta terça-feira, 29, que a situação dos estoques no segmento de materiais de transporte atingiu em julho o pior nível desde janeiro de 2009, no ápice da crise financeira global. O nível de estoques atingiu 29,7% no segmento, ou seja, quase um terço dos produtores acreditam que os estoques estão em níveis excessivos, o que mostra a difícil situação do setor automotivo.
Campelo aponta que, no geral, o nível de estoque na indústria de transformação, com 10,3% dos entrevistados considerando os estoques como excessivos, deve limitar qualquer eventual aumento na produção nos próximos meses. “Nós vemos os estoques ainda elevados, com o maior nível desde o fim de 2009. Menos setores estão vendo os estoques em queda”, comenta.
A sondagem da FGV percebeu uma leve melhora na demanda externa em julho, com alta de 2,8% ante junho, mas Campelo diz que essa recuperação ainda é tímida e não é possível dizer que se trate do início de uma nova tendência. Além disso, a alta ficou basicamente concentrada em dois setores: química e produtos alimentares.