Economia

Oferta a minoritários continua no Brasil, diz Santander

Os executivos do banco espanhol Santander fizeram poucos comentários sobre o Brasil durante teleconferência para apresentação dos resultados trimestrais, nesta quinta-feira, 31. Dias após a repercussão negativa de uma análise crítica ao governo Dilma Rousseff distribuída aos clientes em extrato, o presidente-executivo do grupo Santander, Javier Marín, não respondeu perguntas sobre a perspectiva dos negócios no Brasil com o argumento de que está em período de silêncio imposto pela oferta de troca de ações feita aos minoritários.

“Não posso dar nenhum guidance (investimento). Nós estamos proibidos de falar sobre isso porque estamos em período de silêncio”, disse Marín, ao ser questionado por um analista sobre as perspectivas para o mercado de crédito no Brasil; e as previsões da casa para o País.

O período de silêncio acontece porque o Santander Brasil está em meio a uma oferta direcionada aos minoritários para troca das ações da filial brasileira por papéis do grupo. Marín se limitou a dizer que essa operação “está em curso e a troca de ações deve acontecer no início de outubro”.

Durante a teleconferência, o diretor financeiro do grupo, José Antonio Alvarez, comentou que a queda do lucro da filial brasileira foi influenciada pelo cenário macroeconômico. O executivo destacou o “crescimento de 1% com inflação de 6% e juros de 11%”. Ao relatar o quadro macroeconômico, o diretor disse que o País passa por uma “fase de baixo crescimento” e disse que Brasil e México têm crescido abaixo do potencial.

BES

O grupo espanhol Santander se vê “obrigado” a avaliar a situação do português Banco Espírito Santo (BES) pois pode se tratar de uma oportunidade para a instituição financeira, disse Marín. Apesar da afirmação, o executivo minimizou as chances de aquisições em Portugal.

“É nossa obrigação analisar todas as oportunidades no mercado”, disse o executivo ao ser questionado por analista se o Santander avaliava a possibilidade de ingressar no capital do BES, maior banco privado português, que enfrenta grave crise financeira e precisa de reforço de capital. Nos últimos dias, circularam rumores de que o Santander poderia ingressar no capital do BES.

Apesar de reconhecer que avaliará o banco, o executivo reafirmou que a estratégia da casa é crescer organicamente no mercado português. “Basicamente estamos muito felizes com o nosso crescimento orgânico em Portugal”, disse. O banco espanhol já tem presença em Portugal com a bandeira Santander Totta.

Marín aproveitou para ressaltar os bons resultados da filial. “Estamos muito felizes em Portugal. Temos o banco mais capitalizado e lucrativo do país e estamos ganhando mercado”, disse.

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