Ainda que as expectativas do setor de serviços tenham mostrado melhora em julho, a confiança em geral do setor e o indicador do emprego continuam apontando uma tendência negativa, afirmou nesta quinta-feira, 31, o economista Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). “Percebemos que, na ponta, o indicador cresce 0,8% em julho. No ano, foi o maior crescimento, mas o patamar continua baixo. O cenário não é positivo em termos históricos para geração de vagas”, avaliou.
A perspectiva de emprego é menor nos serviços de baixa produtividade, que são justamente os mais intensivos em mão de obra. No caso dos serviços prestados às famílias, o resultado não acompanhou o índice geral e continuou no terreno negativo, observou Sales. “Os serviços de baixa produtividade mostravam estabilidade (no indicador de emprego) até o início do ano, o que vai ao encontro da resiliência do mercado de trabalho. A notícia ruim parece ser esta queda que houve do início do ano para cá.”
Para o economista, os sinais dados pelas sondagens empresariais são cada vez mais evidentes em mostrar que a desaceleração da economia finalmente está chegando ao mercado de trabalho. Ao comparar com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ele observou que os serviços ainda impedem uma redução mais aguda na geração de vagas. “Mas acompanha a tendência de desaceleração”, ressaltou.