A inclusão financeira ainda é um desafio no Brasil, na opinião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Pesa, sobretudo, conforme a entidade, com sede em Paris, o fato de que 30% da população economicamente ativa não tem conta bancária e faz a maioria dos pagamentos em dinheiro.
Em relatório sobre o setor de telecomunicações no Brasil, a OCDE destaca que, a despeito dos avanços nos serviços digitais, sob a ótica financeira, ainda não há uma difusão ampla no País, o que também impacta o avanço do e-commerce. Como exemplo, cita, os boletos bancários são usados por metade dos compradores, o que lhes dá a liderança entre os métodos de pagamentos mais utilizados no e-commerce brasileiro.
"Os consumidores pagam em dinheiro nos bancos, farmácias conveniadas e caixas eletrônicos e, então, enviam o comprovante de pagamento para a empresa, com consequências no ritmo do negócio, uma vez que o boleto demora alguns dias para ser processado", enfatiza a Organização.
A população desbancarizada no Brasil, no entanto, serve de trampolim, conforme a OCDE, para startups do setor financeiro, as chamadas fintechs. O Organismo, com sede em Paris, cita plataformas como o Mercado Livre, que introduziu seu próprio sistema de pagamentos, o Mercado Pago.
Também faz menção ao novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o PIX, que será implementado em novembro. "O pagamento instantâneo oferecerá uma alternativa rápida e segura para pagamentos e, portanto, espera-se que apoie o crescimento do e-commerce", avalia a OCDE.