O reajuste médio de 18,06% na conta de luz do paulistano em julho também teve impacto significativo no Índice Geral de Serviços (IGS) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), afirmou o coordenador do indicador, o economista André Chagas. O IGS fechou o mês passado com alta de 0,55% na capital paulista, depois de 0,02% em junho. “Foi basicamente energia elétrica que pesou. Se nos meses anteriores, o desconto na conta de água esgoto estava ajudando, agora o efeito é contrário”, disse, ao referir-se à redução no boleto de água da Sabesp que alguns paulistanos estão obtendo ao economizar água, desde meados de maio, quando começaram a aparecer as influências mais expressivas da medida.
Enquanto o item energia elétrica apresentou variação positiva de 2,61% no IGS de julho, o de água/esgoto foi de uma deflação de 2,62%. “Sem o aumento de energia, o IGS teria desacelerado praticamente à metade”, afirmou. Porém, Chagas disse que o efeito do desconto da Sabesp está se exaurindo, dado que em meados de junho este item chegou a cair mais de 3%.
A alta de 0,55% do IGS ficou bem acima da taxa positiva de 0,16% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo. Um dos argumentos é que o primeiro índice não leva em consideração todo o grupo Alimentação, que recuou 0,58% no IPC, mas apenas a parte de Alimentação Fora do Domicílio. Esta, por sua vez, teve inflação de 0,38% no sétimo mês do ano no Índice Geral de Serviços. Já no acumulado em 12 meses finalizados em julho, o IGS tem alta inferior, de 4,91%, à de 5,38% do IPC-Fipe. “Basicamente o desconto da água explica parte dessa diferença”, disse Chagas.