O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 06, a indicação de Tiago de Barros Correia para ocupar uma cadeira na diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em votação secreta, Correia recebeu 40 votos a favor, cinco contra e ainda teve uma abstenção. Ele é o segundo nome ligado à presidente Dilma Rousseff para a diretoria. Nesta terça-feira à noite, a Casa havia chancelado a recondução do diretor-geral Romeu Rufino para ficar mais quatro anos no órgão.
A aprovação dos dois nomes deve levar o governo Dilma a destravar a indicação de André Pepitone, nome ligado ao PMDB, para a agência, conforme revelou o Broadcast Político em meados de julho. Na ocasião, o Senado havia aprovado apenas a nomeação de Pepitone. Em retaliação, até o momento, o governo não havia publicado a indicação dele no Diário Oficial da União, o que, na prática, impediria ele de atuar na agência. Nos bastidores comenta-se a decisão do governo tinha por objetivo forçar o Senado a aprovar pelo menos um dos nomes indicados por Dilma. Com a aprovação de Rufino, a tendência é que a nomeação de Pepitone seja publicada no DO.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia comandado uma ação de seu partido, o PMDB, para ampliar a influência no setor elétrico do governo federal diante do ocaso de José Sarney, aliado dos petistas que anunciou semanas atrás sua retirada da vida pública. Peemedebistas ligados a Renan barraram a votação no plenário do Senado de Rufino e Correia, indicados ligados à presidente Dilma.
A guerra pelo controle elétrico envolve o “espólio” de Sarney, senador que mantém forte influência na área. Em caso de reeleição de Dilma, a disputa por cargos de dirigentes no Ministério de Minas e Energia e em estatais deve se intensificar. Na ocasião, somente a recondução de um ligado ao PMDB, André Pepitone, foi aprovada pelo plenário do Senado.