Economia

Taxas futuras recuam sob influência do dólar

As taxas dos contratos futuros de juros operaram sob um viés de baixa desde cedo, em especial na ponta mais longa da curva a termo. Além do recuo do dólar ante o real, profissionais do mercado citavam o ambiente de maior calmaria no exterior, o que favorece a busca por ativos de maior risco.

Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas divulgou ainda a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de agosto, que mostrou deflação de 0,31%, ante taxa negativa de -0,50% na primeira prévia de julho. Apesar da desaceleração da baixa, o índice revelou uma queda maior que a apontada pela mediana das expectativas do mercado, de -0,29% (intervalo entre -0,43% e 0,20%). O índice contribuiu, pela manhã, para certa tendência de baixa das taxas futuras de juros.

Por outro lado, a possibilidade de reajuste de combustíveis ainda este ano – como citado pela presidente Dilma Rousseff no fim de semana – serviu como um limitador para o recuo dos juros futuros.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2015 (67.795 contratos) estava em 10,83%, na mínima, ante 10,85% do ajuste de sexta-feira, enquanto a taxa para janeiro de 2016 (142.245 contratos) marcava 11,39%, ante 11,41%. Entre os contratos com prazos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (139.880 contratos) tinha taxa de 11,59%, ante 11,66%, enquanto o contrato para janeiro de 2021 (30.275 contratos) tinha taxa de 11,79%, ante 11,87%.

Pela manhã, o Boletim Focus do Banco Central indicou que o mercado reduziu a perspectiva de inflação para 2014, de 6,39% para 6,26%. Para o ano que vem, houve elevação de 6,24% para 6,25%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) estimado foi de 0,86% para 0,81% no caso de 2014 e de 1,50% para 1,20% em 2015.

“A pesquisa Focus teve efeito neutro e o IGP-M puxou um pouquinho para baixo (as taxas futuras), mas as negociações hoje não tiveram nada de fundamento, foi tudo em função do dólar”, comenta o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. No mercado à vista de balcão, o dólar cedeu 0,48% ante o real, para R$ 2,2740.

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