Economia

Fipe reduz projeção do IPC de agosto de 0,46% para 0,36%

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) reduziu novamente a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de agosto. Em entrevista nesta terça-feira, 26, o gerente técnico de Pesquisas do IPC, Moacir Mokem Yabiku, informou que o instituto modificou, de 0,46% para 0,36%, a previsão para a taxa de inflação do encerramento deste mês na cidade de São Paulo.

Esta foi a terceira revisão consecutiva para baixo na projeção para o IPC de agosto. A Fipe iniciou o mês esperando uma taxa de 0,54%, mas, em virtude da surpresa com o comportamento resistente do grupo Alimentação em deflação, já havia reduzido, nas duas últimas semanas, a estimativa para 0,49% e para 0,46%.

Desta vez, o motivo da revisão não foi a Alimentação, mas uma nova surpresa que começou a entrar no cálculo do IPC e também a aliviar o indicador: a conta de telefone fixo. “Foi a grande novidade”, disse Yabiku, para quem este detalhe ainda vai continuar ajudando a amenizar a inflação.

Por meio de determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Telefônica aplicou uma redução de 21,53% no valor da assinatura do plano básico de telefonia fixa. A medida, anunciada no dia 22 de julho, valeu retroativamente a 4 de junho, mas somente agora, conforme a metodologia da Fipe, passou a gerar um alívio no IPC.

Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC registrou taxa de 0,43% na terceira quadrissemana ante inflação de 0,34% na segunda leitura do mês. O número ficou pouco abaixo da expectativa do instituto, de 0,45%, e dentro do intervalo de previsões dos economistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, já que eles aguardavam taxa de 0,36% a 0,46%, com mediana exatamente de 0,43%.

No período pesquisado, o item Telefone Fixo caiu 0,99% ante variação zero verificada na segunda quadrissemana. Esta queda gerou um alívio de 0,03 ponto porcentual (-6,60%) na inflação geral paulistana.

A despeito desta surpresa que provocou a revisão na projeção para o índice do final de agosto, o vilão da inflação na cidade continua o mesmo e provocando a aceleração do IPC: é a energia elétrica. Ainda em função de reajuste recente da Eletropaulo, o item subiu 11,32% na terceira quadrissemana (contra alta anterior de 8,59%) e contribuiu com 0,41 ponto porcentual, nada menos que 94,67% de toda a inflação pesquisada.

Na outra ponta, o grande fator de alívio para o IPC continua sendo a Alimentação. Na terceira quadrissemana, o conjunto de preços caiu 0,34% ante baixa de 0,63% na segunda leitura do mês. O recuo, apesar de ter sido inferior ao da medição anterior, em função principalmente da baixa menor dos Produtos In Natura (0,27% ante 1,79%), ainda gerou alívio de 0,08 ponto porcentual (-18,12%) no resultado geral.

Outro grupo que também ajudou a impedir um avanço maior da inflação em São Paulo foi o de Vestuário. Na terceira quadrissemana, o conjunto de preços caiu 0,43% ante declínio de 0,54% da segunda leitura do mês e gerou alívio de 0,03 ponto porcentual (-5,28%) para o IPC.

Para o fim do mês, a nova projeção de 0,36% da Fipe para o IPC traz, entre os grupos, estimativa de elevação de 1,24% para a Habitação. Quanto aos grupos Alimentação e Vestuário, o instituto aguarda baixas de 0,31% e de 0,34%, respectivamente.

Caso a expectativa de 0,36% para o IPC de agosto seja confirmada, a taxa ainda será maior do que a de 0,16% do fechamento de julho do mesmo ano. Em agosto de 2013, o IPC registrou variação de 0,22%.

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