Economia

Livro infantil ganha um clube de assinatura

Há pelo menos três anos os clubes de assinatura lutam para provar seu valor como modelo eficiente no e-commerce. De lá para cá, o mercado acompanha o surgimento de uma centena de iniciativas na área – de venda de sapato à cestas de frutas frescas. Mas a verdade é que poucos empreendimentos sobreviveram aos primeiros meses de operação no Brasil, sendo mais raro ainda os casos que se consolidaram e entregaram lucro.

Mesmo assim, o modelo permanece firme e desperta a atenção dos empreendedores. Recentemente, dois jovens decidiram testar a subscrição para uma finalidade que, pelos menos no País, ainda não foi explorada. Eles lançaram a Leiturinha, clube de assinatura para livros infantis dedicado às crianças de zero a oito anos – há planos de estendê-lo para crianças com até 12 anos.

O negócio surgiu quando os sócios Guilherme Martins e Luiz Castilho experimentaram na carne o desafio que é iniciar um filho no universo literário. Os dois são pais e contam que, além da dificuldade em identificar um título adequado, era complicado frequentar uma livraria com certa regularidade.

Eles estudaram o modelo por aproximadamente seis meses até que, no dia 15 de maio, colocaram a plataforma no ar, concluindo um processo que envolveu investimento inicial de R$ 500 mil, a contratação de sete funcionários, incluindo uma psicóloga e uma pedagoga responsável pela escolha dos livros, e um mês de testes com alguns amigos, parentes e conhecidos.

Atualmente a plataforma tem 1,5 mil assinaturas ativas, 25% do fixado como meta para o primeiro ano da empresa, que projeta chegar ao meio do ano que vem com 6 mil clientes. Para tanto, Martins prevê um desembolso adicional de R$ 400 mil, dinheiro a ser aplicado na contratação de novos funcionários e na definição de uma estratégia mais abrangente de distribuição, hoje feita pelos Correios. Atualmente, a empresa mantém um centro de distribuição provisório em Poços de Caldas (MG), cidade onde Luiz Castilho comanda a operação de outra empresa, a MonQi.

“Eu estudo alguns parceiros, assim como a definição de centros de distribuição terceirizados. A intenção é diminuir custos para ganhar em escala”, destaca Guilherme Martins. Na opinião de Sthefan Gabriel Berwanger, consultor em marketing digital e professor da Business School São Paulo, o modelo de negócios da Leiturinha desperta o interesse sobretudo por explorar um nicho relevante. Mas há dois pontos de atenção. O primeiro é justamente o avanço tecnológico no setor livreiro. “É preciso ficar muito atento aos e-books, que têm transformado o mercado e que contam com um competidor do porte da Amazon”, destaca. Outro ponto de risco, na opinião do especialista, envolve a gestão. “Os clubes de assinatura exigem ainda mais atenção nos controles”, finaliza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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