O presidente da Telefônica/Vivo, Antônio Carlos Valente, disse nesta terça-feira, 02, estar otimista com relação à possibilidade da compra da GVT ser aprovada, sem maiores questionamentos, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo ele, a GVT tem uma forte operação fora do Estado de São Paulo, onde haveria sobreposição de licenças com a Telefônica.
“Já em São Paulo, a GVT não está em muitas cidades e, nos municípios onde a empresa atua, existem muitos concorrentes. Esse conjunto nos dá certo otimismo de que a operação é boa e não teria grandes constrangimentos concorrenciais”, avaliou Valente.
Quando a operação foi anunciada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, chegou a dizer que as empresas não poderiam fundir suas operações no Estado de São Paulo, justamente pelo fato da Telefônica ser concessionária do serviço de telefonia fixa no Estado.
Valente lembrou que o negócio só será protocolado junto aos órgãos reguladores após o prazo que a francesa Vivendi tem para avaliar a proposta da Telefônica, que é de 90 dias. O executivo ressaltou ainda que, durante essa fase, a oferta pode passar por ajustes, incluindo a opção que possibilita que a Vivendi fique com as ações que a Telefônica detém na Telecom Itália. “É público o fato de a Telefônica ter o desejo de deixar o capital da Telecom Itália, o que, inclusive, endereçaria as preocupações que o Cade tem com relação aos negócios da empresa na Europa”, completou Valente.
Ele não comentou a possível compra da TIM no Brasil pela Oi com a intenção de fatiar a companhia com as demais concorrentes, a Claro e a própria Telefônica. “Só falo do negócio com a GVT. Negócios futuros de outras empresas não nos dizem respeito neste momento”, esquivou-se Valente.
O executivo disse ainda que a empresa, a princípio, não tem intenção de extinguir a marca GVT, caso o negócio seja fechado. “A GVT tem uma marca excelente, reconhecida pelo mercado e valorizada. E não é só a marca, mas também a sua equipe gerencial”, completou, evitando comentar sobre possíveis demissões que poderiam resultar dessa operação.