Os principais contratos de juros futuros encerraram em queda na BM&FBovespa nesta quinta-feira, 11, recheada de fatores para justificar o alívio das taxas, que caíram com mais força nos vértices mais longos. No encerramento da sessão regular da BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 fechou em 10,83%, na mínima, de 10,85% no ajuste de ontem, com 100.070 contratos. O DI para janeiro de 2016 projetava taxa de 11,41%, de 11,49% no ajuste anterior, com 219.100 contratos. Com 308.425 contratos, o DI para janeiro de 2017 terminou em 11,48%, de 11,60% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 encerrou com taxa de 11,29%, de 11,43% após ajuste, e 171.790 contratos negociados.
O mercado de juros já começou o dia sob o impacto da pesquisa Datafolha, divulgada ontem à noite, que não confirmou os temores de que a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) teria ultrapassado a candidata do PSB, Marina Silva, nas intenções de voto para o segundo turno, embora tenha mostrado que a disputa está bem apertada entre as duas. Segundo o Datafolha, no cenário para o segundo turno, Marina Silva (PSB) oscilou de 48% para 47%, e Dilma, de 41% para 43%, o que leva a um novo empate técnico, mas com vantagem numérica apara a candidata do PSB. Com isso, cresceu a expectativa pela pesquisa CNI/Ibope a ser divulgada amanhã.
Na abertura, os investidores também já tinham em mãos a ata do Copom que confirmou o cenário dos economistas de que a Selic ficará estável em 11,00% até pelo menos o final do ano. Fontes nas mesas de renda fixa destacaram que o documento, ao sinalizar que o Banco Central espera a convergência da inflação à meta de 4,5% no primeiro semestre de 2016, sugere que haveria espaço para uma flexibilização dos juros a partir do segundo semestre de 2015, período no qual a política monetária já começa a visar o ano seguinte. Chamou a atenção também a avaliação do BC de que as taxas de crescimento da absorção interna e do Produto Interno Bruto (PIB) se alinharam, o que reduz o descompasso entre a oferta e a demanda agregada.
Além disso, a pesquisa do comércio varejista do IBGE trouxe números bastante fracos, endossando a interpretação da ata de que não há espaço para mudanças na política monetária. As vendas do comércio varejista restrito caíram 1,1% em julho ante junho – a mais intensa desde outubro de 2008, quando também registrou recuo de 1,1% na margem. O resultado ficou abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 0,60% até uma alta de 1,30%.
À tarde, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mas não fizeram preços na curva a termo, mesmo sendo mais fortes do que o mercado esperava. A geração líquida de empregos formais em agosto foi de 101.425 vagas, acima do teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que iam de 60.000 a 94.500 vagas. Em julho, houve saldo positivo de apenas 11.796 vagas.