A cesta de produtos do IGP-10 de setembro, indicador geral de preços que cobre o período de 11 de agosto a 10 deste mês, transitou dentro do cenário esperado pelo economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, que já havia antecipado que agosto seria o último mês de deflação dos IGPs em 2014. O dado em análise saiu de uma queda de 0,55% no mês passado para uma alta de 0,31% em setembro. A projeção de Serrano era de um avanço de 0,30%.
Por trás deste movimento altista na média de preços coletada no âmbito do IGP-10, destacam-se os preços agropecuários, que saíram de uma queda de 2,20% em agosto para uma alta de 0,61% na coleta de preços entre 11 de agosto e 10 deste mês.
“É um movimento importante de aceleração. Se formos pegar a carne, por exemplo, seu preço subiu tanto no industrial como no atacado. Café e suínos também subiram, provocando um movimento que, marcadamente, não era perceptível em setembro”, analisou o economista do Besi Brasil. Outro produto de grande importância na composição do IGP-10 e cujo preço distendeu no período foi a soja, que saiu de uma queda de 4,55% no mês passado para uma queda de 0,58% em setembro. “Apesar de ainda estar negativa, este movimento é de uma aceleração importante e ajudou a explicar o aumento do IGP-10”, disse Serrano.
Ele lembrou ainda que o IPA Industrial também trocou o terreno negativo pelo positivo ao deixar uma queda de 0,43% em agosto para entrar setembro com uma alta de 0,25%. Para Serrano, não é ainda um índice pressionado porque o minério de ferro tem apresentado movimentos consecutivos de queda, o que ajuda o IPA.