A revisão de métodos antigos e estabelecidos pode, inclusive, dar lugar a experiências fartamente comprovadas de êxito em alguns casos específicos. Isso não significa que haverá negligência com a saúde. Pelo contrário. Aos poucos, a Medicina Oriental ocupa espaço na sociedade com recursos que se somam aos remédios na cura de várias enfermidades. Na Alemanha, o governo reduziu significativamente os gastos com tratamentos ao adotar a homeopatia na rede pública. Metade dos casos de depressão no País é tratada com a “erva de São João”.
Mas não é só a substituição de medicamentos que ganha força nessa discussão. Mais do que nunca, fica evidente a necessidade de orientar a população a buscar o diagnóstico de doença ainda no início. Esse procedimento será bom tanto para o paciente quanto para quem pagará pelo tratamento, seja ele, através de medicamentos ou medicina alternativa.
Em um seminário realizado pelo Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, uma empresa privada destacou que seus gastos anuais com o tratamento do câncer poderiam ser reduzidos em até sete vezes se a doença fosse diagnosticada no início. O impacto nas contas do governo federal seria imenso, uma vez que o gasto anual com a doença é de R$ 1,2 bilhão, incluindo-se aí serviços de internação hospitalar, quimioterapia e radioterapia.
Essa diminuição de custos não significa mais dinheiro
O futuro do serviço público de saúde depende dessa mudança de mentalidade. E isso também vale para outras doenças. Com os avanços na medicina, cientistas já consideram normal que um bebê nascido nos dias de hoje possa atingir os 100 anos, e por que não 120 ou 130 anos se tiver uma boa saúde. É uma mudança drástica do perfil do idoso no País e no mundo. Há 30 anos, havia pouco mais de 500 mil pessoas com mais de 80 anos no Brasil. Em 2050, acredita-se que esse contingente será formado por mais de 25 milhões.
Porém, mais importante do que pensar na economia do País, é preocupar-se com o próprio bem-estar. Se você sabe de casos de câncer na família, ou de qualquer outra doença que possa ameaçar sua saúde, não deixe de visitar um médico e conversar a respeito do assunto. Faça exames preventivos e não deixe para amanhã o que pode ser resolvido ainda hoje, com calma e tranqüilidade. Preserve sua vida como se estivesse zelando pela saúde de uma pessoa querida.
* Milton Dallari é consultor empresarial, engenheiro, advogado e presidente da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp. O e-mail para contato é o [email protected].