Economia

CNT: 29,3% das rodovias sob gestão pública são boas

A qualidade das rodovias ainda administradas pelo poder público, seja governo federal ou Estados, é bem menor que as já privatizadas. É o que aponta levantamento divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Se apenas 37,9% dos 98.475 km de rodovias pesquisadas pela entidade foram classificados como bons ou ótimos, esse índice cai para 29,3% quando avaliados apenas os trechos sob gestão pública. De acordo com o levantamento, 70,7% das pistas pesquisadas que são administradas pelos governos estaduais ou federal apresentam falhas.

Nas rodovias federais, porém, o desempenho é melhor que nas estaduais, com 41,4% da malha considerada boa ou ótima, enquanto 58,6% estão entre regular, ruim ou péssima.

Mas no caso das rodovias concedidas à iniciativa privada, a situação é exatamente a oposta. Das pistas privatizadas pesquisadas, 74,1% foram classificadas como boas ou ótimas pela CNT, enquanto apenas 25,9% registraram problemas. Além disso, esses trechos com problemas correspondem, em sua maior parte, às rodovias que passaram para a iniciativa privada no ano passado por meio do Programa de Investimentos em Logística (PIL) e apenas começam a receber investimentos por parte dos consórcios.

“Isso reflete um ponto fundamental que é a continuidade dos investimentos. Com o pagamento de pedágios, existe um fluxo contínuo de recursos para melhoria e manutenção. No caso das rodovias mantidas pelos governos, nem o fluxo e nem a quantidade de recursos tem sido suficientes”, avaliou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

Para a entidade, o investimento necessário em infraestrutura rodoviária para corrigir as deficiências das estradas brasileiras é da ordem de R$ 293,88 bilhões, em 618 projetos que vão desde a duplicação de pistas existentes até a construção de novas rodovias. “Se todas as rodovias brasileiras fossem boas ou ótimas, teríamos uma economia de R$ 1,79 bilhão em 2014. Também gastaríamos 737 milhões de litros de óleo diesel a menos, com redução das emissões de gases na atmosfera”, completou Batista.

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