Mesmo com famílias e empresas em dificuldades para fechar as contas em meio à pandemia do novo coronavírus, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos continuou estável em 3,8% de fevereiro para março, informou nesta Terça-feira (28) o Banco Central. Em março de 2019, a taxa estava em 3,9%.
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 5,1% para 5,2% no período. No caso das empresas, a taxa permaneceu em 2,3%.
Os dados apresentados hoje pelo BC já são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas.
Já a inadimplência do crédito direcionado passou de 1,9% para 2,3% na passagem de fevereiro para março. Com isso, o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 3,0% para 3,2%.
<b>Estoque de crédito</b>
O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 2,9% em março ante fevereiro, para R$ 3,587 trilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 9,6%.
Em março ante fevereiro, houve elevação de 0,3% no estoque para pessoas físicas e alta de 6,4% para pessoas jurídicas. De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 4,4% em março, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,7%.
No crédito livre, houve alta de 0,1% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 9,9% no período. O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 47,7% para 48,9% na passagem de fevereiro para março.
As projeções do BC, atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, indicam expansão de 4,8% para o crédito total em 2020. A projeção para o crédito livre em 2020 é de alta de 8,2%. Já a expectativa para o crédito direcionado é de variação zero neste ano.
Estas projeções já levam em conta os efeitos da epidemia do novo coronavírus na economia, mas o BC lembrou que elas tiveram como data de corte o dia 13 de março. Desde então, as perspectivas mudaram, sendo que o próprio BC anunciou medidas para sustentar o crédito.