Depois de se consolidar como uma das maiores corretoras independentes junto as pessoas físicas, a XP concentra esforços no segmento de investidores institucionais. Outra meta é incrementar sua participação no concorrido mercado de originação de operações de renda fixa.
Em distribuição, a XP Investimentos que centrar foco nos fundos de pensão e para as assets, promovendo instrumentos cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e nos isentos de Imposto de Renda. Na originação, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) estão na linha de frente das operações que pretende coordenar, além de debêntures de infraestrutura.
Daniel Lemos, diretor de renda fixa da XP Investimentos, diz que a nova estratégia não significa que empresa está reduzindo investimentos no segmento pessoa física. “Temos uma operação consolidada em pessoa física e agora queremos diversificar o negócio, tendo em vista que nossa carteira tem aumentado entre os institucionais”, afirmou Lemos.
No negócio de originação de operações de renda fixa, onde a XP já tem atuado em parceria com outros bancos tradicionais nesse mercado, Lemos explica que a ideia é centrar-se em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC) de assets multicedentes e multisacados (as antigas “factorings”), Certificados de Recebíveis Imobiliários de imóveis industriais, galpões, centros de logística já prontos ou próximo disso e Certificados de Depósitos do Agronegócio (CRA) corporativos. O executivo diz que a XP também quer crescer na coordenação de emissões de debêntures incentivadas, tendo já participado da distribuição de sete delas.
A XP tem hoje 80 mil clientes pessoas físicas, dos quais 20% institucionais, participação que considera adequada. Atualmente, a XP tem R$ 15 bilhões em ativos sob administração de clientes, dos quais 40% alocados em renda fixa. Lemos diz que a captação média mensal líquida da mesa de renda fixa tem ficado em R$ 350 milhões, sendo que em setembro superou os R$ 500 milhões.
O executivo diz também que, por outro lado, a plataforma de negociação de títulos de renda fixa bancária cresceu e que o número de instituições emissoras com as quais a XP tem acordo de distribuição de papéis como Letras de Credito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola (LCA), entre outros, passou para 47, de 32 em dezembro do de 2013. Em agosto de 2013, quando a plataforma foi lançada, a XP possuía R$ 1 bilhão em custódia de títulos emitidos por instituições bancárias. Esse volume subiu para R$ 5 bilhões em setembro último.
Eleições
Lemos acredita que o mercado de renda fixa será beneficiado em 2015 nos dois cenários possíveis decorrentes do resultado do segundo turno das eleições presidenciais do dia 26. “Vencendo a situação, deve haver migração para a renda fixa, mas com concentração no curto prazo; em vitória da oposição, a perspectiva é de melhora no ambiente macroeconômico e dos investimentos, também favorável à renda fixa e com probabilidade de alongamento dos vencimentos”, diz.
