Não é novidade para ninguém que a economia brasileira chega a mais esse Dia do Trabalhador em uma situação bastante delicada. Ao mesmo tempo em que o governo federal demonstra-se incapaz de combater a inflação, que começa a fugir das metas estabelecidas, o Brasil não avança. O pibinho registrado no ano passado revelou que a economia está mais ao “deus dará” sem que haja um devido planejamento sobre os caminhos a seguir.
Neste sentido, perdem todos. O setor produtivo, que inclui desde os trabalhadores até os empresários, passando por sindicatos laborais e patronais, sempre acaba sendo o mais penalizado, já que não consegue suportar uma situação bastante danosa. Da parte do governo federal, vislumbra-se um quadro nada alentador, já que a administração da presidente Dilma Rousseff (PT) não faz outra coisa que ações eleitoreiras fora de hora, de olho na perpetuação no poder.
Desta forma, o cidadão é obrigado a engolir todo tipo de propaganda enganosa, numa tentativa desenfreada de querer fazer parecer que o Brasil vive um mar de rosas quando, na verdade, a situação é bastante diferente. Assim, o setor produtivo precisa se unir para encontrar formas de superar essas condições adversas, que incluem a má gestão de recursos públicos, falta de investimentos no setor de infra-estrutura, alta carga tributária e, lamentavelmente, a volta da inflação.
É fundamental, neste momento, que trabalhadores e empresários busquem uma linguagem única já que – diferente do que se convencionou em outros tempos – todos estão no mesmo barco. O momento exige que se crie uma agenda positiva, que passa necessariamente pela desoneração da folha de pagamento, diminuição da incidência de custos trabalhistas sem que as conquistas sociais sejam prejudicadas e facilitação para a contratação de mão de obra. Tudo isso deve ser acompanhado de programas de especialização para melhorar as condições de acesso ao mercado de trabalho, com a garantia de maior qualificação profissional.
O Brasil só vai avançar no momento em que entender que o melhor caminho a seguir é por meio do produtivismo moderno, em que se produz mais, melhor e mais barato. Ao conseguir imprimir esse conceito na atividade produtiva, o país terá condições de crescer, gerando empregos e renda e melhorando a vida das pessoas. Como esse tipo de ação passa longe das ambições do atual governo, torna-se imperioso que o setor produtivo assuma esse papel, a fim de garantir que o Brasil não perca o rumo de desenvolvimento sustentado.
*Carlos Roberto é deputado federal, membro do Conselho Fiscal do PSDB Guarulhos e industrial