Política

A COPA DO MUNDO E AS MENTIRAS DE DILMA

Confira a coluna do deputado federal Carlos Roberto (PSDB) sobre a utilização de dinheiro público na construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014

 

Diante
de todas as manifestações realizadas Brasil afora, que ressaltam a
insatisfação generalizada da população com os rumos da política e da
economia, alguns aspectos importantes precisam ser levados em
consideração. Além da volta da inflação e diante de uma verdadeira
epidemia de corrupção nos altos escalões do governo, percebe-se um
grande levante popular contra os excessivos gastos de dinheiro público
para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Bem
diferente do que afirmou a presidente Dilma Rousseff (PT), em seu
pronunciamento à nação, o governo brasileiro está sim colocando dinheiro
público na construção de estádios, vários deles particulares, como em
São Paulo, por exemplo. Apesar do dinheiro não sair dos cofres do
Tesouro diretamente, como ela frisa, sai do bolso do povo para as
grandes empreiteiras, clubes e governos estaduais na forma de
empréstimos subsidiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).

Para
quem não sabe, o BNDES é um banco de fomento para alavancar
investimentos nas mais diferentes áreas, sobretudo voltadas à produção e
geração de empregos. O dinheiro do BNDES, que empresta a juros bem
abaixo do mercado, vem do Tesouro e do próprio bolso do trabalhador,
como do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Porém, em vez de canalizar
esses recursos para os setores produtivos, o governo incentiva o BNDES a
financiar os estádios.

Esses
valores que, segundo os últimos levantamentos, chegam a mais de R$ 4
bilhões aplicados nas arenas por todo o Brasil vão diretamente para as
grandes empreiteiras, muitas vezes com o aval de bancos públicos, como a
Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil. Ou seja, se os clubes ou
governos estaduais, responsáveis pelas obras, derem o calote no BNDES,
quem pagará a conta será o próprio governo, por meio de seus bancos.
Resumindo: a Copa do Mundo para gringo ver – como salientou a presidente
em seu pronunciamento – é bancada pelo trabalhador brasileiro que, no
máximo, assistirá os jogos pela televisão.

Pior
que tudo isso é constatar que, a um ano do evento, as grandes obras de
infraestrutura que poderiam beneficiar a população mesmo depois da Copa
do Mundo, como ampliação dos sistemas viários, aeroportos, entre outros,
estão atrasadas e consumindo muito mais dinheiro do que o estimado.
Assim, fica evidente que Dilma Rousseff segue mentindo para o povo,
mesmo diante de toda a comoção que toma o país, numa evidente
demonstração que seus discursos não passam de manobras para tentar –
mais uma vez – servir de cortina de fumaça para enganar os brasileiros.

*Carlos
Roberto é deputado federal pelo PSDB-SP, presidente da subcomissão de
monitoramento dos mecanismos de financiamento dos bancos públicos de
fomento, com destaque ao BNDES, e industrial. 

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