A tal da espionagem promovida pelo governo dos Estados Unidos à presidente Dilma Rousseff (PT) deve ter concluído o óbvio. O Brasil está desgovernado. Sim, a falta de direção fica explícita a cada momento em que a chefe da Nação, no alto de sua arrogância, tenta se fazer de vítima, mas – em contrapartida – não tem nada a oferecer aos cidadãos.
O pronunciamento pela passagem do 7 de setembro foi mais um discurso eleitoreiro, sem começo, meio e fim. Um vazio que só confirma o que a gente sabe há muito tempo: o PT não tem um projeto para o Brasil. Tem só um plano de poder. Não importam os métodos. Importa apenas a perpetuação da companheirada em seus carguinhos.
Um exemplo claro de como isso funciona foi dado na semana passada pelo mensaleiro José Genoíno. Na iminência de perder o cargo de deputado por conta da finalização do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, às vésperas de ir para trás das grades, o nada nobre deputado entrou com um pedido de aposentadoria na Câmara Federal, por invalidez.
Valendo-se de uma doença, Genoíno apela pela legalidade de ter o direito de receber até o final de sua vida, mesmo no período em que permanecer preso, em regime semi-aberto, o salário integral de mais de R$ 26 mil. Moralidade? Isso não passa na cabeça de quem faz tudo por dinheiro e poder.
Neste sentido, Dilma Rousseff usou a data da Independência para, em rede nacional de rádio e TV, às custas do povo, falar, falar, falar e nada dizer. Tenta, como sempre faz, iludir a população com ações popularescas, como foi o Bolsa Família, como é esse Mais Médicos, que não busca sanar as causas reais dos problemas que afetam a população. Apenas cria factoides, que têm como pano de fundo enviar, de maneira “legal”, dinheiro do povo brasileiro para Cuba, a ilha que submerge tentando sobreviver em um fracassado regime comunista.
Obviamente que não dá para aceitar que os Estados Unidos espionem outros países. Mas, em se tratando de Brasil, provavelmente o presidente norte-americano Barack Obama não vai mesmo conseguir enxergar algo de interessante. Afinal, não há nada para ver deste lado da fechadura.
*Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial.