Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que representam ações) de empresas brasileiras têm outro dia de fortes perdas em Wall Street, acentuadas na tarde desta quinta-feira, 23, pelos resultados das pesquisas do Ibope e do Datafolha, que mostraram ampliação da vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre o rival Aécio Neves (PSDB). No fim da tarde, os papéis do Banco do Brasil despencavam 10,6%, os da Eletrobras perdiam 6,9% e os da Petrobras cediam 5,8%.
A Petrobras é o segundo papel mais negociado do dia na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), superando o volume de operações de empresas conhecidas dos Estados Unidos, como Bank of America, a operadora de telefonia AT&T e as montadoras Ford e General Motors.
As ações de estatais do País – Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras- que vêm sendo chamadas de “kit eleições”, por serem os papéis influenciados diretamente pelos rumores eleitorais, já operavam em queda antes da divulgação das pesquisas. O BB, por exemplo, perdia 9%, e a Eletrobras caía ao redor de 5%.
O mau humor com o Brasil nesta quinta-feira não se limitava às ações das estatais. Outras empresas e bancos tinham ADRs em forte queda. Entre elas, a companhia aérea Gol perdia 7,5% e o Itaú recuava 5,2%. Entre as estatais estaduais, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tinha queda de 7% e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) recuava 6,5%.
Além das ações, os ETFs (ou Exchange Traded Funds), fundos que reproduzem papéis brasileiros e são listados em bolsas, também tiveram queda forte nesta quinta-feira em Wall Street. Entre os fundos listados na plataforma Arca, da Nyse, o Direxion Daily Brazil Bull 3X, da Direxion Investiments, caía 11,2% e o ProShares Ultra MSCI Brazil Capped, da gestora ProShares, recuava 8,2%. O Direxion Daily tem entre suas apostas, segundo seu prospecto, papéis da Petrobras, Ambev, Itaú e Vale.