Endividamento das famílias fica em 45,5% em fevereiro, revela BC

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 45,5% em fevereiro, ante 45,2% em janeiro, informou nesta terça-feira o Banco Central (BC). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 26,8% em fevereiro, ante 26,5% em janeiro.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Em função da metodologia utilizada, os números de endividamento sempre são divulgados com um mês de defasagem. Assim, os dados de hoje têm como referência o mês de fevereiro, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia ainda eram incipientes. A tendência é de que os números de março reflitam com mais intensidade mudanças no endividamento das famílias em função da pandemia.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 20% em fevereiro, o mesmo porcentual verificado em janeiro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 17,6% em fevereiro, ante 17,7% em janeiro.

<b>Crédito</b>

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 4,3% em março, para R$ 27,881 bilhões. Já o saldo para a indústria avançou 6,8%, para R$ 645,738 bilhões. O montante para o setor de serviços teve alta de 6,1%, para R$ 851,990 bilhões.

No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 13,7%, aos R$ 10,536 bilhões.

Estes dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas. Em meio à carência de recursos, as empresas aumentaram a demanda por crédito nos bancos.

<b>Setor não financeiro</b>

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 2,1% em março ante fevereiro, para R$ 10,695 trilhões. O montante equivale a 145,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

Na pandemia, em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por crédito nos bancos. Ao mesmo tempo, há maiores dificuldades para a obtenção de recursos por meio de títulos.

No caso específico de famílias e empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 4,7% em março ante fevereiro, para R$ 6,150 trilhões. O montante equivale a 83,8% do PIB.

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