A semana começou tensa para o mercado doméstico, diante da espera pelos nomes que vão compor a equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, com alta do dólar, influenciado ainda pela tendência externa. Nesta segunda-feira, 3, no balcão, o dólar à vista fechou em R$ 2,503 (+1,25%), com giro financeiro fraco de US$ 608 milhões, sendo US$ 463 milhões em D+2. Na máxima, atingiu R$ 2,506 (+1,38%) e na mínima, R$ 2,457 (-0,61%). Nas duas últimas sessões, a moeda acumulou ganho de 3,76% ante o real.
O dólar já abriu em alta, chegou a migrar para o terreno negativo, mas, ainda pela manhã, retomou a trajetória ascendente, em linha com o viés externo. O movimento de valorização global teve como pano de fundo um indicador favorável da economia norte-americana – o índice de atividade industrial dos EUA medido pelo ISM, que subiu para 59,0 em outubro, ante previsão de recuo a 56,0 – e números fracos da economia chinesa e da zona do euro. O setor manufatureiro da zona do euro avançou a 50,6 em outubro, abaixo do esperado. Na China, o índice PMI industrial oficial chegou a 50,8 pontos em outubro, ante expectativas de que ficaria em 51,2.
Às 16h35, o dólar avançava ante as moedas ligadas a commodities, ante as divisas de países emergentes e em relação a moedas fortes. Ante o dólar australiano tinha ganho de 1,30% e ante o dólar neozelandês, de 0,95%. Subia 0,83% ante a lira turca e 1,21% ante o rublo. Ainda, era cotada em 113,93 ienes, tendo já ultrapassado 114 ienes ao longo da sessão, enquanto o euro recuava a US$ 1,2477.
À tarde, o dólar passou a renovar as máximas da sessão, na medida em que cresciam as especulações em torno dos nomes que ocuparão cargos-chave na nova gestão de Dilma, principalmente o Ministério da Fazenda. A presidente retornou a Brasília no final de semana, após descanso de alguns dias na Bahia, e o mercado espera que o anúncio da equipe seja feito nos próximos dias, antes do embarque de Dilma para a reunião do G-20, na Austrália, entre os dias 15 e 16.
Ainda no front doméstico, nesta tarde, o Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,177 bilhão em outubro. O resultado é o pior para o mês dos últimos 16 anos (1998), quando o déficit somou US$ 1,443 bilhão. O déficit, no entanto, ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado, segundo pesquisa do AE Projeções, que era negativa em US$ 1,350 bilhão. As exportações no mês somaram US$ 18,330 bilhões e as importações, US$ 19,507 bilhões.