O Banco do Brasil seguiu seus pares privados e também baixou suas projeções de desempenho (guidance) para 2014, sobretudo para o avanço do crédito e das captações comerciais. A instituição espera que os empréstimos no conceito ampliado, que incluem títulos privados e garantias, tenham avanço de no mínimo 12% e de no máximo 16% este ano e não mais de 14% a 18%.
Até setembro último, a carteira de crédito do BB apresentou crescimento de 13,1%. Tal desempenho, conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações, é justificado pela menor demanda da sociedade por financiamentos.
A carteira de crédito pessoa física do BB deve crescer, conforme as novas projeções, de 8% a 12% neste ano. O intervalo inicial projetava aumento de 12% a 16%. Já na pessoa jurídica, o BB espera elevar seus empréstimos entre 12% e 16% ante expectativa de 14% a 18%. Até setembro, PF e PJ avançaram 6,9% e 12,8%, respectivamente.
“Nos nove primeiros meses do ano, o desempenho na pessoa física é reflexo do menor volume de carteira adquirida e crédito veículo, compensado parcialmente pelo crédito imobiliário no período. Na pessoa jurídica, reflete o menor crescimento das operações com títulos privados”, explicou o banco.
Até mesmo para o crédito para agronegócio o BB projeta crescer menos. O banco espera que os empréstimos para este segmento cresçam de 16% a 20% e não mais de 18% a 22% neste ano. Até setembro, a carteira avançou 21,8%.
O BB também baixou sua projeção para captações comerciais que devem avançar entre 12% e 16% neste ano. A projeção inicial apontava aumento de no mínimo 14% e no máximo 18%. Até agora, os Depósitos Totais, LCA, LCI e Operações Compromissadas com Títulos Privados expandiram-se 10,0%. “O resultado é decorrente da estratégia de gestão do portfólio”, resume o BB, em relatório.
Não foram feitas revisões para as projeções de retorno (RSPL), margem, índice de perdas para provisões para devedores duvidosos (PCLD), receitas e despesas administrativas. O BB espera que sua rentabilidade fique entre 14% a 17% neste ano. No trimestre passado, esse intervalo foi revisado para cima. O anterior era de 12% a 15%. Até setembro, o retorno do banco ficou em 15,2%.
A margem financeira bruta do BB deve encerrar 2014 entre 5% e 9%. Também este guidance havia sido revisado para cima no segundo trimestre, uma vez que a projeção inicial era de 3% a 7%. Nos primeiros nove meses de 2014, ficou em 7,3%.
Para as despesas administrativas, o banco manteve o guidance para 2014, de alta de 5% a 8% neste ano a despeito de esses gastos terem crescido 8,5% até setembro, acima do intervalo sugerido. Em relatório, o BB explica que esta linha foi influenciada pela concretização do Acordo Coletivo no trimestre. “A expectativa é que esses efeitos sejam diluídos até o encerramento do exercício”, explica a instituição.
A projeção para rendas de tarifas também foi mantida e o banco espera que esses ganhos cresçam de 6% a 9%. O intervalo foi revisado no segundo trimestre. O anterior projetava aumento de 9% a 12%. De janeiro a setembro, as receitas do BB com serviços tiveram incremento de 6,7%.
O indicador de PCLD (gastos com provisões para devedores duvidosos acumulados em 12 meses divididos pela carteira de crédito) do BB deve ficar entre 2,7% e 3,1% neste ano, projeção esta que foi mantida pela instituição. Até setembro, foi de 2,8%, ou seja, dentro da meta.